Luanda - Os números são avançados pela universidade norte-americana Johns Hopkins mas devem pecar por defeito.

Fonte: Mercado

Nem a China nem os países que recorrem a empréstimos chineses, como é o caso de Angola, dispõem de uma base de dados oficial sobre os financiamentos de Pequim.

Cada angolano já pagou à China cerca de 819 USD até 2018, mas no final desse ano e ainda tinha por pagar cerca de 658 USD, segundo cálculos do Mercado com base nos dados do Banco Mundial e da Universidade de Johns Hopkins, espe- cializada em estudos internacionais avançados.

O ónus é resultado do “kilapi” angolano. Segundo o Banco de Dados de Empréstimos Chineses para África, desenvolvido pela universidade norte-americana “Johns Hopkins, entre 2002 e 2018, Pequim concedeu a Luanda 256 empréstimos no valor de 43,2 mil milhões USD.

De acordo com o Banco Mundial, no final de 2018, Angola devia à China “apenas” 19,3 mil milhões USD. O que dizer que Luanda pagou até 2018, 23,9 mil milhões USD.

Feitas as contas com a população de29,3 milhões em 2018, cada angolanao pagou 819 USD até esse anos e ficou a dever 619 USD. Entretanto o kilapi subiu. Números do governo apon- tam que, no final de 2019,Angola devia à China 21,7 mil milhões USD, o que dava qualquer coisa como 719 USD por angolano, considerando uma polulação de 30,2 milhões.

Os números da universidade norte-americana até devem pecar por defeito. Os 256 empréstimos no valor de 43,2 mil milhões USD são apenas os que a Johns Hopkins recolheu de várias fontes através de multiplas pesquisas, incluindo com recurso ao Google.

Nem a China nem os países que recorrem a empréstimos chineses como é o caso de Angola dispõem de bases de dados oficial sobre esses empréstimos.O Mercado pediu ao Ministério das Finanças informações sobre os empréstimos obtidos junto da China mas não obteve resposta.

Também não existe certeza sobre todos os empréstimos que constam do Banco de Dados de Empréstimos Chine- ses para África da Johns Hopkins foram efectivamente desembolsados e/ou se foram na totalidade.

Além disso, os dados sobre a dívida de Angola à China divulgados pela “Johns Hopkins” incluem apenas os empréstimos ao Exe- cutivo, empresas estatais e outras instituições públicas.

O Banco de Desenvolvimento da China (CBD) e Eximbank são os maiores credores de Angola. O montante disponibilizado pelo primeiro representa 61% do financiamento total chinês, enquanto do segundo 19%, como se pode observar no gráfico circular na página seguinte.

Os termos de financiamento chinês, segundo o Banco de Dados de Empréstimos Chineses para África, desenvolvido pela universidade norte-americana “Johns Hopkins”, estabelecem que nenhum reembolso deve ser exigido durante o período de carência.