Luanda -  O dia 28 de Agosto, celebrado ontem, foi marcado, sobretudo pela unanimidade com que o povo angolano, de Cabinda ao Cunene, prestou o merecido tributo ao seu inesquecível líder, o Presidente José Eduardo dos Santos. E a pergunta que não quer morrer solteira tem que ver com porquê que só agora os cidadãos desta imensa pátria se dignaram a assumir esse gesto magnánimo. Nos últimos 3 anos, chegamos até mesmo a zombar dessa figura inquebrantável da história de Angola. Transformamo-lhe de arquitecto da paz para "marimbondo". Porque razão o MPLA e provavelmente, também o próprio Presidente JLO, só agora se tenham rendido a evidência dos factos, reconhecendo JES, como o homem a quem devemos o máximo respeito e admiração. Porque será?

Fonte: Club-k.net

Sem querer contestar nada, logo após a morte do Presidente Agostinho Neto, ocorrido em 17 de Setembro de 1979, por todos os cantos do país, ouvíamos incessantemente, na voz de Francisco Simons, a altura, conceituado radialista da RNA, que " a vida e a obra do Camarada Presidente Agostinho Neto, têm a dimensão histórica da nossa Pátria, por reunir nela qualidades e virtudes invulgares do líder clarividente e incansável servidor do povo, do médico profundamente humano, do poeta revolucionário e consequente.

Esse é um mérito que lhe cabe. Enquanto fundador da Nação, Agostinho Neto conquistou esse mérito e outros atributos, e a história estaria a ser mal redigida se não o reconhecessem como tal. O mesmo poder-se-ia dizer de José Eduardo dos Santos, se tivermos em conta os feitos que realizou para o país, destacando-se entre eles a conquista da paz.

E é assim que devia ser mas, infelizmente, preferimos adoptar pela queima dos ficheiros vivos,o que não é muito bom para as actuais e futuras gerações.

Apesar do ostracismo a que esteve mergulhado, durante algum tempo, a figura do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, foi bom assistirmos ontem, as mensagens de felicitações que, a vários níveis, foram enviadas para o Arquitecto da paz.

Palavras nobres e de conforto, com venerações que enaltecem, inequivocamente, a figura de José Eduardo dos Santos como o pacificador do país, o intelectual, patriota, talentoso, discreto, pessoa com uma calma invulgar. Enfim, uma vasta gama de eleogios que deixam espelhar a grandeza de um homem com a sua estatura, que sacrificou a sua vida em defesa da nação e a vida de todos os angolanos.

Por estas razões, penso que momentos de profunda reflexão podem ser necessários neste momento para estudar as motivações que ditaram o silêncio a que José Eduardo dos Santos esteve votado e ainda a chuva de mensagens que circularam ontem, a vários níveis, a felicitarem o arquiteto da paz pela passagem de mais uma risonha primavera.

Penso que a julgar pela forma como as coisas vão, algo vai mal entre nós. Até porque o elevado número de mensagens que circularam acabou por surpreender muito boa gente. Alguns menos atentos, chegaram a pensar numa tão anunciada morte prematura de José Eduardo dos Santos. E que o número incomensurável de mensagens significava a despedida com choros do antigo Presidente.

Outros, chegaram a questionar porquê que só agora surgem estas manifestações de “compaixão”, três anos depois da sua retirada da vida política.

Para compreender melhor essas reviravoltas radicais, muito comuns na nossa sociedade, recorri a opinião de um amigo e professor de Ciências Políticas, aqui em Lisboa, onde resido. É a ele a quem recorro quando preciso de esclarecer as minhas dúvidas, sobre política, economia, social e mesmo em termos de Inteligência e Contra Inteligência.

A resposta do meu amigo e professor convenceu-me sobremaneira. Dizia ele que a política e as mudanças são mesmo assim, surgindo algo de novo, todos a elas se atrelam.


Indagado se isso significava dizer que JLO estaria a perder rede, o meu amigo que também é professor, recusou-se a responder.


O video de Tchizé dos Santos, até áquela altura em que as mensagens começaram a circular, não tinha ainda passado por mim, soube que em pouco tempo se viralizou radicalmente.
Quando o fiz, observei e analisei, perplexo, tanto a imagem como a mensagem do Presidente e o que vi me fez dar conta que José Eduardo já não era aquele homem charmoso e bonito, só comparado a Denis Sassou Nguesso. Os dois nasceram no mesmo ano.


Talvez para fazer fé a sua boa saúde, Denis Sassou Nguesso pulou a cerca, “mas não a sanitária”, que está na moda nos dias que correm. Fez um filho, por sinal, com a filha do Director do seu gabinete, Firmin Ayessa, surpreendeu a primeira dama da República, Antoinette Nguesso, com um bebé, que a deixa numa posição algo fragilizada e eminência de ter que arrumar as malas e abandonar o Palácio Presidencial de M'pila.


Na verdade, voltando as vacas quentes, o carneiro era frio, o vídeo foi tão impactante, que, apesar do estado do antigo Presidente, deu para matar muitas saudades e mesmo curiosidades.


Nem mesmo o nojento escândalo das três AAA, que envolve São Vicente, o genro de Agostinho Neto, esposa de Irene Neto(que surpresa meu Deus) conseguiu abafar a mensagem do querido Camarada Presidente dos Santos.

Tocou-me profundamente o estado em que se encontra e, as transformações que sofreu em tão pouco tempo. Há cerca de 3 anos, quando deixou o poder, José Eduardo dos Santos se apresentava com bom aspecto físico, mas o que vi me pareceu uma pessoa debilitada, doentio e a indiciar um prenúncio de morte eminente.


Que doença será esta, meu Presidente? Será cansaço ou o martírio a que se sujeitou nos últimos tempos, com o exílio forçado?


O mistério da morte parece ensombrar a sua mente. Por natureza, o homem doente ou com idade avançada, tem medo da morte. E quando isso acontece, quanto mais abalos psicológicos sofrer, mais o quadro clínico se agrava.


Mas não é isso o que esperamos e deixo aqui o meu apelo para fazermos todos, uma corrente de oração de apoio ao Camarada Presidente, para que ele consiga buscar forças internas para continuar a lutar sempre pela vida e pelo seu regresso à Angola, onde ainda muito precisamos dele. Pensamos que, se regressar o País, ele poderá encontrar melhor condições para recuperar o seu estado de saúde.


Poderia, e por que não, exercitar a sua mente e ajudar a aclarar algumas zonas cinzentas como, por exemplo, o caso do 27 de Maio de 1977 e os fundamentos que nortearam a chamada estratégia da "acumulação primitiva de capitais". Teorias na qual eu me identifico, e onde o Presidente José Eduardo dos Santos foi traído pelas pessoas a quem ele confiou os dinheiros.


Penso que Lopo do Nascimento, seria a pessoa ideal para persuadir o Presidente a regressar para o Miramar. O Presidente João Lourenço, que não tenha remorsos, não vacila na luta contra a corrupção. A nação agradece


"Em 2022, todos vamos gostar": Novo mandato para JLO.

29 de Agosto de 2020