Washington - O novo embaixador de Angola nos Estados Unidos da América está a festejar o seu primeiro aniversário no cargo com a realização de despedimentos dos trabalhadores alegando “crie em Angola”.

Fonte: Club-k.net

UNITA diz que despedimentos contrariam promessas de JL

O assunto está a ser acompanhado com acusações segundo as quais está a fazer despedimentos mas recusando-se pagar os trabalhadores como manda lei de Angola. Segundo apurou o Club-K, os referidos trabalhadores despedidos encontram-se numa situação de aflição para sobreviver face ao período da pandemia do Covid-19.


“O Embaixador angolano está a despedir as pessoas sem reembolso justo. Está haver muita injustiça. As pessoas vão perder trabalho e seguro de saúde numa época de pandemia”, lamentou o angolano Silvio Cabral.


Em Julho passado a oposição angolana criticou as autoridades angolanas de realizarem despedimentos em período de pandemia. A deputada Mihaela Webba, da UNITA, diz que “o seu partido não concorda com o despedimento de trabalhadores em tempo de crise e acusa o partido no poder de permitir a redução dos postos de trabalhado contrariando as suas próprias promessas eleitorais.”


“Estão a criar problemas sociais no seio das famílias”, disse.


As informações sobre os despedimentos realizados na embaixada de Angola em Washington, surgem numa altura em que a publicação portuguesa “África Monitor”, noticiou que o Consul cessante de Angola em Lisboa, Narciso Espirito Santo Júnior prepara-se para fazer o mesmo, enquanto que a Procuradoria Geral da República em Angola tem em manga um processo na qual lhe recaem graves acusações de actos de corrupção naquela missão consular.

Instituições devem apresentar “razões objetivas” para despedir

Quando iniciou o período da quarentena, a confederação sindical angolana alertou que Empresas que despedirem trabalhadores com argumentos de dificuldades de tesouraria, devido à covid-19, deverão "declarar razões objetivas" à luz da lei, referindo que o estado de emergência "salvaguarda o emprego".

Segundo o secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores Angolanos - Confederação Sindical (UNTA-CS), Manuel Viage, a instituição tem recebido várias denúncias sobre pretensões de despedimentos de trabalhadores devido a dificuldades financeiras.

"Não temos ainda casos de despedimentos consumados, mas temos recebido algumas denúncias, segundo as quais alguns empregadores preveem fazer despedimentos com o fundamento do facto de as empresas não estarem em condições de tesouraria para manterem os encargos que consentem na ausência de uma atividade económica", disse hoje á Lusa

Para o líder sindical, caso os despedimentos se concretizem, os mesmos devem decorrer com base legal, pois, observou, o empregador que assim proceder "terá de declarar causas objetivas".

E nesse sentido, notou, os órgãos de administração da justiça laboral, como a Inspeção-Geral do Trabalho, "deverão trabalhar com maior acutilância e competência para aferirem a veracidade dessas causa que os operadores quererão justificar para despedimentos".