Luanda – A exoneração no mês passado de Anastácia Chilombo Norton de Vasconcelos Firmino, do cargo de administradora municipal do Dande, voltou a ser referenciado em meios políticos, na província do Bengo como sendo penalização por parte da governadora Mara Regina da Silva Baptista Domingos Quiosa, por aquela não ter impedido a eleição de um membro do Bloco Democrático (BD) para uma posição junto do Conselho de Auscultação Comunitária (CAC) do Municipio.
Fonte: Club-k.net
O Conselho de Auscultação Comunitária (CAC) é um órgão que integra partidos, governação, sociedade civil, e entidades tradicionais. O responsável do Bloco Democrático, Bento Mussulo, foi eleito como coordenador do Orçamento Participativo do CAC. No processo eleitoral concorreu também o segundo secretario do MPLA deste município.
Fontes locais disseram ao Club-K, que “a administradora do Dande, Bengo, foi demitida do cargo porque permitiu que o secretário provincial do BD ganhasse as eleições para coordenador do orçamento participativo do município” que tiveram lugar naquela localidade, duas semanas antes da sua exoneração.
“Não foram prevenidos para a fraude e como a maioria dos participantes são membros de associações ligadas ao MPLA, então estavam confiantes que o vencedor seria um deles. Até o soba votou no representante do BD”, disse a fonte explicando tratar-se de um soba que fora preso numa recente manifestação anti-regime na província mas que foi solto depois de mostrar o cartão de militante do MPLA.
A então administradora Anastácia Vasconcelos foi substituída no cargo por Cândido da Costa Cadifete. A justificação oficial da sua substituição foi descrita no dia da tomada de posse do seu sucessor, como decorrente da “rotatividade, renovação e ajuste do quadro de pessoal do governo provincial do Bengo”.
O tema em causa voltou a ser revivido naquela província depois de há poucos dias, o alto dirigente do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, ter feito menção num debate da TV Zimbo, quando ao analisar o discurso presidencial de Estado da nação explicava as motivações que levam ao partido no poder a recear pela realização de eleições autárquicas. Para o político, o MPLA teme não ter controlo das autarquias uma vez que são eleições em que se pode perder o controlo devido a não facilidades de manipulação dos resultados.