A juventude Angolana carece de  meios que lhes permite a integração na sociedade. Não existe história contada sem acontecimentos do passado. Neste contexto , diria que a revolta do povo mártir de Angola sobretudo a da juventude vai no sentido de encontrar espaços aonde quer que estejam para demonstrarem os seus talentos.

Faz-me espécie empresas sobretudo estatais, solicitarem empregados com perfis que dizem o seguinte : PROCURA-SE EMPREGADO / ALGUÊM COM EXPERIENCIA DE TRABALHO OU CURRÏCULO DE TRABALHO NA ÄREA EM QUE SE CANDIDATAM ... como pode ser possível esta destreza do regulador , quando em Angola e de acordo Pedro Veloso, estudante angolano de electrotecnia na Holanda, "muitos Angolanos  não tiveram oportunidades de seguir as fases necessárias para a criação de experiências de trabalho". Nem sequer gozou  de oportunidades de emprego pelas razões que passo a citar : Escravatura, colonialismo, guerra !

 Não nos esqueçamos de que na era esclavagista, nenhum dos nossos antepassados (entenda-se bisavôs ou avôs) eram escolarizados senão um número reduzido dos que os monarcas de então davam tal oportunidade de acordo com os seus objectivos. Na era do colonialismo só iam a escola, igual números reduzidos de Angolanos por inerência do explorador e também de acordo com a sua visão de expansão e interesseis.  Já na era pós -colonial,a guerra destruiu escola, fabrica  e grande parte das infra-estruturas assim como desapropriou camponeses e fez reféns os seus próprios filhos.Em suma o déficit em recursos humanos é desproporcional ao desenvolvimento actual e almejado.

  Seis(6) anos de paz justificam ao empregador requerer experiência ou currículo de trabalho alguém que nunca trabalhou ou quem procura o primeiro emprego? Não! O que pensa o governo em defesa desta uniformização da globalização econômica a que estão todos Angolanos comprometidos? A juventude Angolana assiste com intolerância a descriminação laboral tanto no interior como exterior de forma articulada com o clientelismo sem precedentes. O fomento das desigualdades e preferências em estrangeiros, até mesmo para empregados de limpeza, são factos inegáveis de manifesto repúdio aquém se pede muito e mais.

Penso não ser apenas a exclusão do voto que preocupa a juventude Angolana, mas um conjunto de factores que afastam cada vez  e mais a vontade de acreditar nos políticos da era de libertação que no meu entendimento assaltaram o poder com métodos que mais tarde a história se encarregará de descrever. Seria hipocrisia de minha parte não afirmar de que as historias do comandante JIKA,HOJY-YA-HENDA,NGANGULA, DEOLINDA RODRIGUES faziam parte de metodologias bem estudadas que serviam de instrumento pedagógico para incutir a doutrina de Partido-Estado a todo os Angolanos,por ora, não aceite por outros que entenderam deixar na historia um legado para reflexão as gerações futuras.
 
Hoje, as vicissitudes dos feitos da era partido-estado estão patentes e pela negativa. os partidaristas levam a todo custo e aonde for preciso a política de dor e desapropriada de um comandante que não era Jika,porque na altura era comandante Agostinho Neto,um herói exemplar que não deixou testemunho que se provam em factos ou narrações que se chamava Hoji-ya-Henda ou Ngangula,assim como o desmentido de Irene Neto sobre o local e causas da morte de Deolinda Rodrigues.
 
Seria exagero desejar que a juventude estejam cada vez mais activos e vigilantes para ajudar na reconstrução do país que foi alvo de destruição dos partidos MPLA-UNITA? Avançaremos muito ou pouco com o aglomerado de chineses nos circuitos do mercado informal a todos os níveis, vindos no âmbito do plano de reconstrução nacional ? A expropriação de capital para o estrangeiro reflecte-se na falta de terrenos para a construção de bancos seguros no país ? Quem controla e fiscaliza  as nossas riquezas depositados no estrangeiro? O governo daria o mesmo incentivo aos nacionais de afixação a pare dos estrangeiros ? 
 
  Responsabilizar  partidaristas é um exercício da democracia a que gostaria que fosse reconhecido por aqueles que dizem defender o povo((diria juventude),porque o que é de todos, por ele todos decidem.
 
*Nuno Esteves
Fonte: Rádio Xyami.