Luanda - O correspondente da Reuters em Angola foi hoje (11/11) agredido pela polícia e viu o seu material de trabalho destruído, durante a tentativa de uma manifestação organizada por jovens ativistas para reclamar melhores condições de vida.

Fonte: Lusa

A informação foi avançada à Lusa pelo próprio jornalista, que diz ter sido detido por alguns minutos pela polícia, apesar de ter se identificado, entretanto, solto alguns instantes depois.


"Estava identificado, mostrei o meu passe, levantei as mãos, mesmo assim eles partiram para agressão, quase partiam a câmara e detiveram-me por alguns minutos", disse Lee Bogotá, que ficou com marcas no corpo devido às agressões.


Lee Bogotá descreveu que estava no meio da manifestação, tentou falar com os polícias e depois disso começou a ser atacado, tendo ficado sem as câmaras fotográfica e de vídeo e o microfone.


O incidente deu-se na zona do Jumbo, na avenida Deolinda Rodrigues, contou ainda o jornalista, salientando que se encontra nesta altura em casa de um familiar, próximo do local onde ocorreu a situação, porque a polícia o estava a obrigar a seguir os manifestantes, tendo ele insistido para regressar à cidade.


"Só que eles fizeram uma barreira aqui na rotunda e eu não conseguia passar essa barreira, por sorte tenho uma prima aqui e estou na casa dela agora", explicou.


Na última tentativa de manifestação em Luanda, no passado dia 24 de outubro, entre as centenas de manifestantes detidos estavam igualmente seis jornalistas, que se encontravam devidamente identificados e a cobrir a manifestação, tendo sido alguns, horas depois, e outros, dois dias depois, soltos sem qualquer explicação sobre as suas detenções.


Sobre este facto, o Presidente angolano, João Lourenço, lamentou a situação na sua última intervenção na reunião do Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido que lidera, frisando que não queria mais ver acontecer casos do género.