Lisboa – A Polícia Nacional está a ser acusada de ter raptado um grupo de jovens que participaram na manifestação do dia 11 de Novembro. Os amigos desconhecem-se se os mesmos foram presos ou executados pelas forças que no terreno estavam a ser dirigidas por um oficial que atende  pelo nome de “Comandante Gabriel Tito”.

Fonte: Club-k.net

Amigos questionam se estão presos ou se foram mortos

Dentro os misteriosamente desaparecidos, está o jovem Bernardo Felix Chiwale, que segundo testemunhas “saiu de casa despedindo ir na manifestação de ontem, até hoje a família desconhece o seu paradeiro”.

 

Um outro desaparecido, atende pela alcunha de “Ti Baixinho” residente em Viana. Segundo o ativista Albano Bingu, “Ele esta desaparecido desde a manifestação do dia 11 do mês em curso”.

 

Os promotores da manifestação prometem apresentar um relatório contendo mais nomes de elementos que se encontram desaparecidos, ou mortos pela Polícia Nacional.

 

Os advogados da Associação Mãos Livres que falaram nesta sexta-feira a Radio Despertar pedem responsabilização contra os agentes que cometeram crimes nesta manifestação como também responsabilização civil contra a instituição a que os mesmos serviam, neste caso o Comando da Policia Nacional, chefiado pelo comandante Paulo Gaspar de Almeida.

 

As práticas de raptar manifestantes, em Angola,  terão começado no ano de 2012 ainda com José Eduardo dos Santos no poder. Na altura, dois activistas (Isaías Cassule e Alves Kamlulingue) foram inicialmente  dados como desaparecidos durante dois anos enquanto que as autoridades negavam sobre o  seu paradeiro. As autoridades desconseguiram abafar, o caso,  na sequencia de pressão internacional, que exigia esclarecimento do paradeiro dos dois ativistas. Na altura, o governo de Luanda  havia preparado uma versão que visava alegar que os mesmos foram raptados pela UNITA. A versão foi a baixo, depois de o Club-K, ter produzido dados de um relatório das próprias autoridades que atestava  que um dos dois ativistas foi eventualmente executado pelo Serviço de Investigação Criminal enquanto que o  outro, Isaías Cassule foi lançado aos jacarés, no rio Dande, por um grupo  que dependia do  Comitê Provincial de Luanda, ao tempo de Bento Bento mas que no terreno foram orientados pelo tenente-general Filomeno Peres “Filó”, da inteligência militar.