Luanda – A terceira Comissão de Relações Exteriores, Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas no Estrangeiro (3ª CTE), presidida pela deputada Josefina Pitra Diakité, reuniu com as Associações dos Diplomatas de Angola e dos Especialistas Angolanos em Relações Internacionais, tendo dentre vários assuntos tocado sobre despedimentos e maus tratos no Consulado em Lisboa.

Fonte: Club-k.net

Recomendam ministro a travar Consul Espirito Santo

Na reunião com os deputados, o Representante da Associação dos Diplomatas Angolanos, António Luís de Sousa Lima Viegas, defendeu a redução do pessoal das Missões Diplomáticas, com vista a contenção de despesas, sobretudo da massa salarial em moeda estrangeira.

 

“Com a desvalorização da moeda deveríamos pensar seriamente na redução do pessoal que se encontra nas nossas missões, pois muitos desses não fazem nada. A grande fonte de rendimento das nossas Embaixadas foi sempre os Emolumentos Consulares, mas neste preciso momento tudo encontra-se parado, por conta da Pandemia da Covid-19”, observou António Viegas.

 

Por outro lado, a Presidente da 3ª Comissão, ao reconhecer que “é preciso ter a coragem de reduzir substancialmente o pessoal das missões diplomáticas do Ministério das Relações Exteriores, mas não se pode aplicar em todas”. Para Pitra Diakité tem de se olhar para a categorização das referidas missões. Quer dizer que não se pode aplicar em países de relações estratégicas com o nosso. Portugal é considerado um país estratégico para Angola.

 

No decorrer das analises, foi levantado o caso dos despedimentos no consulado em Lisboa, tendo levantado a recomendação de se orientar o ministro das relações exteriores, Téte António, no sentido de agir a volta da conduta do cônsul-geral Narciso Espirito Santos Júnior, que tem estado a maltratar e a despedir funcionários locais, por alegadas perseguições. Na internet corre depoimento de uma invocando perseguição no seguimento de uma recusa de assedio.

 

Para os polêmicos despedimentos, o cônsul Espirito Santo Júnior indicou uma advogada portuguesa Emília Raposo (que ganha 3 mil euros) para que os funcionários sejam despedidos até dia 31 de Dezembro, uma posição que foi rejeitada no parlamento angolano pelo Representante da Associação dos Diplomatas Angolanos, António Lima Viegas. Este defende que a redução deve ser no quadro diplomático que causam mais gastos, e não nos funcionários de recrutamento local como tem feito o cônsul na capital portuguesa.

 

Segundo apurações, o cônsul em Lisboa, Narciso Espirito Santos Júnior ao ser interpelado por entidades a partir de Luanda, alega que os funcionários que estão a ser despedidos são alegadamente da UNITA, e potenciais fornecedores de informação ao maior partido da oposição. Narciso, de acordo com as fontes, terá mencionado o caso de um funcionário, “Admar”, justificando que esta a ser despedido por ter alegados problemas políticos com o MPLA.

 

Em Luanda, há a concepção generalizada de que Narciso Espirito Santos Júnior esteja a realizar despedimentos como forma de retaliar funcionários que ele acreditam serem culpados pelas informações enviadas a PGR, sobre desvios de fundos no Consulado de Angola, em Lisboa, envolvendo uma rede do diplomata e funcionários como Lukenia Casimiro, e Edgar Neto, citado como seu “pombo-correio”.