Luanda - A Ordem dos Psicólogos de Angola aguarda há 10 anos pela sua legalização e agora esses profissionais da saúde mental estão a perder a paciência e a demonstrar grande irritação.

Fonte: VOA

Eles ameaçam agora com uma marcha de protesto caso os seus apelos não forem ouvidos.

 

Os mais de dois mil profissionais do sector não trabalham na sua plenitude porque o processo para a sua publicação da Ordem no Diário da República continua inconclusivo.

 

Carlinhos Zassala, o bastonário da Ordem, diz que não consegue entender as razões da não conclusão do processo de legalização, 10 anos depois.

 

"Tantas reuniões já aconteceram do Conselho de Ministros, nunca decidem pela publicação no Diário da República, por isso nós decidimos que se não ouvirem o nosso lamento então poderemos realizar uma marcha porque não conseguimos entender", afirma.

 

A psicóloga Maria de Encarnação Pimenta entende que, ao não se reconhecer a Ordem dos Psicólogos de Angola, o país comete um grande erro.

 

"O Estado está dando tiro no próprio pé porque se a Ordem não está em condições então os seus serviços não devem ser levados a sério”, afirma Pimenta, fazendo notar que “o bastonário é convidado para actividades do Estado até internacionalmente, mas a Ordem não é reconhecida?”

 

“Isto é um paradoxo, os psicólogos precisam trabalhar, abrir os seus escritórios e ficam de mãos atadas", acrescentou Pimenta para quem se fica com a impressão que se acredita que os psicólogos “querem demover alguns políticos”.

 

“Não é verdade, nós apenas fazemos diagnósticos: Se este ou aquele que exerce um cargo público tem perturbações mentais não deve estar aí”, afirma, acrescentando que se “há o problema da cleptomania, por exemplo, vimos enormes roubos pelo país só podem ser cleptomaníacos”, como ela escreveu no passado.

 

“Caíram em cima de mim dizendo que era mentira e este será o grande receio que têm do psicólogo", conclui a psicóloga.