Luanda - Uma carta denuncia enviada a Procuradoria Geral da República e aos órgãos de comunicação social em Angola trás a público alegadas irregularidades na compra de um imóvel pela embaixada de Angola na Grécia na qual recaem suspeitas de sobrefaturação.

Fonte: Club-k.net

SUSPEITAS DE CORRUPÇÃO NAS MISSÕES DIPLOMÁTICAS

A carta descreve que a antiga embaixadora Isabel Mercedes da Silva Feijó, mais conhecida por Belita Feijó, foi nomeada embaixadora extraordinária e plenipotenciária de Angola na República Helénica da Grécia, teria comprado uma casa tao logo que chegou aquele país.

 

“Uma vez chegada a Atenas, os serviços da Embaixada de Angola instalaram-na numa residência luxuosa, com três pisos, ginásio, piscina e jardim, numa zona privilegiada da cidade.

 

Apesar de a casa ser luxuosa, Belita Feijó convenceu o Estado Angolano a comprar uma outra casa em Atenas, apesar de saber que não era necessária para a sua função”, descreve a denuncia.

 

Em conluio com uma agência imobiliária grega, a mesma segundo a denuncia “comprou uma casa por três milhões de euros, mas declarou doze milhões de euros, tendo, assim, burlado o Estado Angolano em nove milhões de euros, que repartiu com os seus cúmplices”.

 

A referida denuncia alega que depois desta operação, a diplomata terá comprado “duas vivendas luxuosas no Condomínio Infinity em Luanda (perto do Nova Vida) para os seus dois filhos, Helena Sambo e Londa e Joy Sambo, sabendo estes que o dinheiro era roubado ao Estado Angolano”.

 

De lembrar que há dois anos, a Procuradoria Geral da República recebeu uma outra denuncia sobre a compra e venda de um prédio de sete andares por parte do Consulado de Angola em Lisboa, no ano de 2017, que resultou em sobre aturação. O conteúdo da participação dá conta que o empresário angolano Bartolomeu Dias comprou um imóvel por 6 milhões de euros e de seguida revendeu a referida missão consular angolana no valor de 15 milhões de euros. Os diplomatas envolvidos na operação terão recebido contrapartidas e até aos dias de hoje o referido prédio ainda não passou para a tutela do Estado angolano devido a divergências entre as partes.

 

Uma outra denuncia dá igualmente conta que no âmbito do 40º aniversário da Independência nacional, a embaixada de Angola na Argentina havia comprado novas instalações num processo eivado de suspeitas. Aquela missão diplomática ao tempo chefiada por Herminio Escorcio solicitou autorização do Ministério das finanças para compra de novas instalações e da residência do embaixador que alegou-se custar o correspondente a 23 milhões de dólares americanos incluindo os custos de reparação do imóvel. Com o despoletar do assunto, veio ao de cima que as instalações da embaixada custaram USD 13 milhões tendo havido a subrefacturação de 10 milhões de dólares.