Luanda - O Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe acusou a polícia angolana de “um acto bárbaro e covarde” ao disparar sobre “cidadãos indefesos” na cidade do Cafunfo onde, segundo disse, sete pessoas morreram e 28 ficaram feridas.

*Armando Chicoca
Fonte: VOA

Anteriormente a polícia nacional tinha afirmado terem-se registado quatro mortos e sete feridos nos confrontos que disse terem sido o resultado de “um acto de rebelião armada praticado por um grupo de aproximadamente 300 elementos, afectos ao movimento Protectorado Lunda Tchokwe esta madrugada na vila mineira do Cafunfo-Cuango”.

 

A polícia acusou o grupo de atacar um posto policial com o objectivo de içar uma bandeira do movimento.

 

O Presidente do movimento protectorado disse a Voz da América que a matança foi simplesmente “um acto bárbaro e covarde” porque, diz Zecamutchima, “cumpriu-se com todas as formalidades que se impõe para uma manifestação ordeira e pacífica”.

 

Os manifestantes foram atacados com rajadas de metralhadoras, disse.


O número de vítimas de 30 de Janeiro pode subir, diz o presidente do protectorado alegando haver várias pessoas desaparecidas incluindo o Muanangana Mwacapenda Camulemba que sofreu destruição dos seus bens pelas forças de segurança.

 

Até as 16H30 de sábado, a policia nacional e FAA estavam a fazer operações de limpeza, detendo em Capenda Camulemba 9 cidadãos nomeadamente Teresa Joana, Simone Antonio Swete, Zeca Antonio, Kamba Keijo, Paulo Jorge Kulinua, Orlando Kavula, Henrique Hilinga, Simao Mukepe e Profeta Romeu.

 

As vítimas mortais foram identificadas somo sendo Mukwenda Tomas Luwampishi, Zango Zeca Mwandjali, Julio Elias, Suwete, Diniz Simba, Joele Julinho Lázaro

 

Segundo Zecamutchima, o número geral provisório nesta manifestação é de 16 feridos, 28 detidos 7 mortos e um numero elevado de pessoas desaparecidas.

 

Manifestações previstas na Lunda Sul e no Cuango foram impedidas pela polícia

Manifestação pacífica no Namibe

Enquanto isso, na Província do Namibe mais de quatro centenas de pessoas saíram as ruas protestando a intenção do executivo angolano explorar o petróleo na zona marítima da província.

 

“Peixe sim, petróleo não” gritavam os namibenses.

 

O Deputado Sampaio Mucanda liderou a marcha e as mulheres peixeiras com as suas bacias de peixe e caranguejo gritaram, pularam, dançaram e pediram ao chefe do executivo angolano para desistir da intenção.

 

Mais de 100 polícias asseguraram a marcha ordeira e pacífica que teve partida às 13 horas no largo do Espírito Santo e chegada no largo 1 de Maio.