Bruxelas - Actualmente, ser  Presidente dos Estados Unidos da América é ser o homem mais poderoso do mundo. Ser o Presidente de Angola não obrigatoriamente coloca-lhe na posição cimeira no continente mas é ser o cidadão angolano número um, ser o homem mais importante, mais rico e praticamente ser o dono de Angola porque convive-se em cima da lei.


Fonte: kinzinzi.blogspot.com


A cadeira presidencial angolana não é feita de ouro como a de Bokassa, não tem feitiço como de Mobutu, não tem picos como a de Chissano, não rescende perfumes como a de Kadaffi, não cheira podre como a de Kabila, não é grande como a de Idi Amin Dada nem pequena como aquela de Ngwabi, mas, tem cola pois uma vez que lá se senta não pode-se retirar, abandonar, desistir, desertar e projecta-lhe a uma eternidade absoluta.

 

Ser Presidente é desejo de qualquer angolano menos o JES que já não pensa como o ser mas pensa como não ser um dia ex-presidente. Todo dirigente de algum partido angolano sonha ser presidente. Todo general do exército angolano procura como o ser um dia. Todo politico e todo deputado tem plano de lá chegar. Alguns pensam em feitiço, outros em golpe de estado, certos esperem pelas eleições, uns confiam nos seus know-how mas há quem espere herdá-la, tudo isto porque temos uma nação indefinida, que não é comunista nem democrática, que não é República nem Dinastia, que não é totalitária nem pluralista mas que tem petróleo, diamantes, MPLA e cheia de desempregados.


Quem me dera o luxo de ser Presidente em Angola! Este imparável sonho de todo angolano nunca encontrou espaço no meu cérebro uma vez detesto a poligamia. Não falto a curiosidade de conhecer e experimentar os contrastes desta posição uma vez nasci para servir, já que a frustração de ter cabelos brancos já sumiu, porque na minha cabeça conta-se hoje os cabelos pretos. Presidente não serei talvez por nascer no norte de Angola onde o português é falado sem sotaque brasileiro. Então quê esperar se existe uma possibilidade ilusionista de o ser em qualquer momento e espaço? Eis me então Presidente de Angola!


Se eu fosse Presidente de Angola resolveria facilmente a situação de engarrafamento em Luanda promulgando uma nova lei proibindo a poligamia nas cidades e municípios. Manteria simplesmente 5 ministérios em Luanda (finanças, relações exteriores, justiça, interior e defesa) transferindo o restante nas comunas. Estas duas medidas estratégicas vão permitir-nos também desenvolver as comunas e eliminar as grandes diferenças que tem-se nos países em vias de desenvolvimento entre a cidade e o kimbo. Os deputados e ministros vão aglomerando-se nas comunas, levando suas luxuosas caravanas de carros, montes de filhos mas também as quatorzinhas. Os desempregados recuarão facilmente as comunas como novas fontes de trabalhos. Os chineses e estrangeiros serão proibidos de viver as comunas e municípios. Com esta medida seremos capazes de resolver o problema de engarrafamento técnico de carros e da população. Iremos equilibrar tanto o desenvolvimento como a vida social do angolano; assim a pobreza vai paulatinamente desaparecer. A questão de mão-de-obra será em balanço pois teríamos cooperantes onde somente decisivo fosse.


Se eu fosse PR, teríamos anualmente uma olimpíada nacional só para paralíticos (diminuídos físicos). Teremos anualmente também uma participação obrigatória e activa de todos os generais da FAA nas corridas de São Silvestres.


Eu faria tudo para que a capital fosse para o centro do país onde se construirá um grande ginásio com um magnífico ringue para pugilistas, de lá defrontaria pessoalmente num combate de 15 rounds todo ministro e deputado que tem desfrutado nos cofres do estado, numa entrada gratuita da população; esta será a minha dinâmica tolerância zero. Ofereceria bicicletas aos ministros e deputados como meio de transporte oficial.


Abolia-se em Angola as prisões para serem substituídas com vários campos de produção em diferentes pontos do país. Eu iria eliminar o direito ao golpe de estado dando possibilidade a todo angolano de eleger e direito de ser eleito. Todo golpista seria publicamente pendurado na sua aldeia natal, os que não tem aldeias seriam botados vivos no mar. Remeteria o poder aos civis. Assim iria se também eliminar a existência de todos os partidos políticos mantendo simplesmente os três históricos adicionando dois novos partidos nascidos de fusões e garantir o direito a candidatura aos independentes. Recrutaria novos membros do MPLA deixando apenasmente 10 % dos antigos. Colocaria o Lucas Ngonde, Jorge Valentin e Bento Bembe numa gaiola pendurada num espaço na Torrada. Ao Tiago Nzita daria um contrato de indeterminado tempo para gratuitamente mamar unicamente maruvu em qualquer ponto do país e em qualquer fábrica vegetal; assim seria resolvida a questão da reconciliação nacional.


Mas também eliminaria todas as seitas religiosas, deixando apenasmente 12 congregações verdadeiramente cristãs. Eu nunca iria inaugurar casas ou pontes, outorgando a responsabilidade aos comissários comunais e municipais. Caberia ao comissário municipal da capital a recepção de Presidentes europeus. Agora o que faria você, uma vez Presidente na República da sua consciência?