Joanesburgo - Um novo livro inspirado na batalha de Cuito Cuanavale, registada em Março de 1987, na Província do Kuando Kubango, na fronteira Sul de Angola com a Namíbia, e que mobilizou o engajamento de tropas cubanas, sul-africanas, da UNITA e das então FAPLA, as forças governamentais angolanas vai ser lançado em finais deste ano.


Fonte: Club-k.net


O novo livro, intitulado "Black Stalingrad", tem como autor,  Petter Pollack, um advogado e historiador cubano nascido na Jamaica mas  com residência nas Ilhas Caimão, nas Caraibas.  Pollack ganhou interesse pelas questões  cubanos em 1992 quando conheceu dois refugiados cubanos na Jamaica que combateram em Angola. Mais tarde esteve em Cuba e adquiriu vários livros sobre a guerra em Angola.  A obra identifica os cubanos que morreram a lutar em Angola tendo o autor feito recurso a uma dos nomes de todos os 2.106 soldados cubanos que o então  governo de Fidel Castro admite terem morrido durante os 16 anos que estiveram envolvidos no  conflito angolano.


Em termos de baixas sofridas no conflito, Cuba não  anunciava o numero de combatentes que perdiam   em campos de batalha em Angola até 7 de dezembro de  1989, data em que  institucionalizou   o “Dia Nacional de Luto”' e reafirmação do governo  “'espírito internacionalista”. Antes disso os familiares das  vítimas cubanas que participaram na guerra em Angola tomavam  conhecimento das mortes  dos soldados  por intermédio de pequenos grupos de oficiais das Forças Armadas Revolucionárias e do Partido Comunista local.


Da lista que Petter Pollack, cita no seu livro,  figura  nomes sonantes de combates cubanos em Angola como  o comandante Raul Dias Aguerlos que  foi o ultimo chefe das missão internacionalista , na guerrilha travada pelo PAIGC,  na Guine-Bissau,  contra a presença colonial portuguesa. Aquela alta patente  viria a tombar em combate em Dezembro de  1975 em Angola. Os seus restos mortais foram transladados para  Cuba, do cemitério dos altos das cruzes onde chegou a ser  sepultado e hoje repousam  num panteão de heróis cubanos em havana.


A intervenção das  Forças armadas revolucionarias de Cuba (FARdC), em Angola, começou apenas com 652 tropas de elite na Operação Carlota, uma manobra militar levada a cabo em Novembro de 1975 contra a incursão sul africana, porém com a expansão da guerra nos anos seguintes Cuba, a pedido do governo angolano, reforçou as suas forças militares de uma forma permanente, tendo participado na batalha de Cuito Cuanavale 15.000 tropas cubanas. A força cubana em Angola chegou a ter 36.000 tropas activas.


A Batalha de Cuito Cuanavale foi o maior confronto militar da Guerra Civil Angolana, ocorrido entre 15 de Novembro de 1987 e 23 de Março de 1988. Foi a batalha mais prolongada que teve lugar no continente africano desde a Segunda Guerra Mundial.  O seu  fim  acabaria por ser determinante para a estabilidade da África Austral dando seguimento a  negociações de paz que ficaram conhecidas como “Os acordos de Nova Ioque” que envolveu  todas as partes envolvidas. Na seqüência dos acordos,  Havana retirou as suas tropas em território angolano, a África do Sul deixou de apoiar a UNITA e abandonou o território namibiano resultando na independência deste pais que estava sob ocupação do regime do apartheid.