A vítima foi Custódio Gouveia, de 54 anos, vinte e cinco dos quais ao serviço da diocese onde é assistente técnico dos meios rolantes, cujo reconhecimento sublinhado pelo bispo Dom Paulino Fernandes Madeca, que fez questão de narrar no seu testamento.

Tudo aconteceu no passado sábado, 21 de Setembro, quando o padre Nionje enfurecido esbofeteou o mais antigo funcionário da diocese e co-fundador da mesma, daí a sua dedicação zelo a ela.

Segundo uma testemunha, que acompanhou o triste episódio protagonizado pelo Padre Chico Nionje, como é conhecido em Cabinda, disse que o sacerdote «chegou aos extremos, pois este não é comportamento de um homem de Deus.»

«Foi uma atitude reprovável a todos os títulos, porque quando o protagonista chegou ao seminário acompanhado com o Sr. Custódio já o ambiente não era normal, ambos falavam em tom alto e agressivo o que nos levou a aproximamos do local para acompanhar o que se tratava acontecer» disse a mesma testemunha.

«No entanto, não demorou e demos conta que a rixa era à volta de combustível que o sacerdote precisava. O mecânico da diocese tinha a autorização para apenas abastecer as viaturas dos padres até as 10h00 da manha aos sábados, fora deste período seria possível em virtude de o mesmo ter de aproveitar o tempo subsequente e o domingo para o descanso. Também, o atendimento aos recipientes, isto é, fora dos depósitos das viaturas deveria ser apenas com a autorização do ecónomo da diocese Padre João Baptista» acrescentou a nossa fonte. ``

O Padre Francisco Nionje, não se satisfez com esta explicação e «só queria que o seu contendor enchesse os dois tambores de 200 litros cada que levava na sua viatura, ao que se sabe era para depois abastecer maquinas da sua empresa de construção civil e que nada tinha haver com a igreja.»

Custódio Gouveia recusou e terá dito ao clérigo que contactasse o responsável diocesano para a economia, aliás seu colega Padre, que se encontrava na paróquia da Imaculada Conceição a poucos metros do seminário.

Padre Chico Nionje, retorquiu e disse ao Custodio: «quem é o Padre João Baptista na diocese, quem manda aqui sou eu. Tu e os teus Padres, o vosso tempo passou com a morte de Dom Paulino.»

Declarações que provocou junto dos sacerdotes e seminaristas presentes total estupefacção pela «tamanha grosseira das palavras, até porque o Tio Custódio, como é carinhosamente tratado pelos próximos, nutre uma grande simpatia de quase todos, quer com os delfins de Dom Filomeno como o resto do clero que tem sido marginalizado pela igreja por razões ainda não esclarecidas pelo Bispo.»

«Vendo que mesmo com esta atitude o assistente técnico dos meios rolantes, afectos a igreja Católica na região, não quis quebrar o voto de confiança que o ecónomo lhe deu, o padre Chico Nionje ligou para o colega, e o padre João Baptista foi logo ao seminário saber o que se passava.»

«Com o mesmo tom arrogante e sem meias medidas» o padre. Chico Nionje «desatou em gritaria a pedir que o ecónomo da diocese autorizasse que o Sr. Custodio e enchesse os seus dois tambores», o que segundo a nossa testemunha foi feito de imediato, e o padre. João Baptista retirou-se do local «pensando que tudo tinha terminado com esse seu gesto.»

Mas a situação agrava, depois de uma intensa troca de palavras o padre. Nionje, «disparou uma bofetada na face do senhor Custódio, deficiente visual, obrigando a intervenção padre. Bassanza, reitor do seminário, dos seus trabalhadores e alguns seminaristas que evitaram o pior.»

O sacerdote em causa, tem se envolvido várias vezes contra os cristãos, principalmente com aqueles que não se identificam com Dom Filomeno, o qual «com apoio da Policia Nacional, manda prender e bater velhos catequistas e líderes de algumas organizações juvenis do «Lubundunu», que significa «União», que ainda está na periferia.»

«Pior do que tudo, apesar de várias denúncias e queixas que os cristãos, e até sacerdotes colegas seus, já fizeram a respeito do mesmo clérigo, o silêncio do Bispo é o que mais preocupa o que faz muitos pensarem que este age sob beneplácito do prelado.»

«O ofendido falou com o Bispo nesta quarta-feira, 24 de Setembro, que na altura do incidente se encontrava em Luanda, uma ausência que já se tornou quase que rotineira, o chamado 5/2, ou seja fica alguns dias em Cabinda e passa a maior parte do tempo todo em Luanda.» Este, em nome da diocese, pediu perdão ao Custódio Gouveia e este cedeu, deixando tudo à sua mercê como responsável do «rebanho» para que diga algo nos próximos dias.

Mas o Bispo tem se mostrado muito indiferente aos problemas diários da diocese. «E parece que não esta muito interessado em criar uma harmonia no seio dos católicos, a maior confissão religiosa da região, com mais de 80 por cento de aderentes, mas desde que Dom Filomeno veio ao enclave as coisas têm andado muito longe destes números.»

Vários católicos de Cabinda preferem andar na periferia junto do movimento Lubundunu, que cada vez conta com mais aderentes, outros optaram por ficar em casa, e uma minoria aparece aos domingos nas paróquias administradas por actual Bispo do enclave.

Até ao momento em fechamos este artigo, não foi possível contactar o padre. Chico Nionje porque este se encontrava de retiro com os outros colegas da «ala dos excelentes», uma situação que muitos em Cabinda consideraram de «ridícula, porque quem não consegue reconciliar-se com o seu próximo, como vai ser possível estar em comunhão com Deus» concluiu a nossa testemunha.

Muana N´goio

Fonte: PNN Portuguese News Network