Tômbwa - As três maiores empresas de pescas CAT (empresa de congelação), PESTOMBWA (empresa de conserva) e RIBA, pertencentes aos ex-governadores de Benguela e da Huíla, Dumilde Chagas Rangel e Francisco José Ramos da Cruz, Gouveia Neto e Duque devem mais de dois milhões de kwanzas (equivalente há quatro anos sem salários), a um total de 177 trabalhadores que de momento encontram-se agastados com a situação, no município da Tômbwa, província do Namibe.


Fonte: Club-k.net

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Preocupados com a situação parece não ter fim, os descontentes optaram por paralisar as suas actividades, remetendo assim as suas preocupações, desde último dia 5 de Janeiro do corrente a direcção geral das três instituições.


“Neste momento os trabalhadores estão descontentes porque desde que remeteram as suas preocupações às empresas, nunca foram contactados pela entidade patronal”, disse Alfredo Nambalo, membro da comissão sindical dos descontentes, alegando que já começaram a perder a esperança de ver resolvido a situação devido o largo silêncio da direcção geral daquelas empresas. 


“Recentemente o director foi a Luanda ter com os sócios maioritários – Dumilde Rangel, Ramos da Cruz, Gouveia Neto e Duque – no sentido de resolver a nossa situação. Mas, após o seu regresso se manteve calado até a data de hoje”, realçou Alfredo Nambalo.


Afinal, o que reclamam os mesmos?


O Club-K soube que o caderno reivindicativo apresentado pelos descontentes agastados contém dois pontos, sendo o primeiro ponto “estamos a reclamar pelos salários” e o segundo “tem haver com a segurança social”.


“Alguns de nós estamos há quatro anos sem receber salários”, reafirmou a nossa fonte sem precisar o número exacto dos funcionários que se encontram mergulhados nesta gritante situação. “Não consigo citar o número porque aquilo está uma salada autêntica”, justificou.


Já sobre a Segurança Social, Alfredo Nambalo diz complicado. “Porque temos colegas que brevemente vão entrar na reforma e não têm nem sequer um tostão na Caixa Social”, assegurou, acrescentando que todos eles – ao longo destes todos anos – sofriam um certo descontos, como manda a Lei. “Desde 2001 que eles não pagam a nossa Segurança Social”, garantiu.

 

Outrossim, os descontentes pretendem dar a continuidade a greve até ao prazo determinado pela Lei Geral do Trabalho que é de 90 dias. Tal como alegou a nossa fonte. “Nós vamos continuar com a greve até o período estipulado pela lei. E depois – em caso não chegarem a um consenso – vamos levar o caso à Tribunal”, garantiu. Acrescentando que “a menos que o mesmo apareça para nos dar a esperança de que o caso será resolvido, dai recuaremos com a nossa posição. E caso ao contrário, vamos manter a nossa posição.”


Entretanto, os mesmos mostram-se insatisfeitos com o silêncio do governo local, porém apelam a intervenção do governo central. “Embora o governo local ter-nos permitido realizar este greve, eles nunca pisaram aqui para acompanhar o “siutes generius” do caso.
“Estamos a ser ignorados pelos os dois lado. E isso faz-nos pensar que estamos fora da razão”, protestou.