Cabinda - A província Cabinda acordou com forte dispositivo policial, idêntico ao que foi mobilizado para Benguela. A policia está a cercar a casa dos organizadores da marcha e a solicitar informação sobre onde se encontram os mesmos, numa atitude claramente intimidatória.  O activista Marcos Mavungo encontra-se nesta situação e  diante de sua casa, os populares presenciaram a detenção de  alguém ainda não identificado. As forças policiais estão a interrogar todos os que se movimentam.


Fonte: Club-k.net

Comandante Víctor  Gomes faz ameaças de morte

Tal como em Benguela o Governo Provincial advertiu ontem em comunicado público que a marcha não se poderia realizar porque os seus organizadores são regionalistas, acrescentando atrapalhadamente que o Governo da província iria igualmente precisar do local para comemorações. As autoridades ameaçaram que iriam mobilizar a Policia para impedir qualquer movimentação cidadã que ocorresse.

 

O Governo Provincial de Cabinda notificou há dias os organizadores da Marcha, informando que esta não poderia realizar-se mas sem mencionar qualquer argumento legal. Os organizadores ripostaram ao Governo, mas este não voltou a responder. De acordo com a lei Angolana se o Governo não responde no prazo de 24 horas, significa acordo com a informação, uma vez que a Constituição é clara ao afirmar que o direito de manifestar é livre e não necessita de autorização.

 

Entretanto, há dois dias José Mavungo, um dos organizadores, foi chamado ao Comando da Policia Provincial e foi ameaçado de morte pelo Comandante Víctor Jorge Gomes, um ex-militar da FLEC-FAC, que diz que iria impedir que a marcha saísse por que não é  autorizada pelo Governo.

 

A situação este sábado em Cabinda  está demasiada tensa e prevê-se mais uma série de prisões e mesmo outras perturbações provocadas pelas forças policiais para justificar actos de repressão e barbárie, muito usuais naquela provincia, conforme pespectivam alguns populares.

 

A marcha dos cidadãos de cabinda pretende protestar contra as prisões arbitrárias a activistas de direitos humanos, nomeadamente, Padre Raul Tati, Belchior Tati e Francisco Luemba e exigir um julgamento justo.