Luanda - Evoluiu para uma nova etapa a pressão que “Grupos econômicos” vinha exercendo sobre a media privada em Angola no sentido de influenciar o percurso dos mesmos e das suas respectivas linhas editoriais “opositora” ao regime. Três reputados Semanários que lideram o “rank” de aceitação e vendas terão sido alvos de propostas irrecusáveis.
Fonte: Club-k.net
Compra do NJ condiciona afastamento de Gustavo Costa
A evolução das diligências e contactos são reflectidas nos seguintes pontos a saber:
- O Novo Jornal publicação ao qual a ESCOM cortou apoio financeiro foi comprado por um grupo econômico Porfírio, que detém participações no Banco de Espírito Santos (BESA) e no Banco de Fomento de Angola (BFA). Os novos accionistas condicionam a saída do director adjunto Gustavo Costa que deverá ser objecto de uma indeminização. O DG da publicação, Victor Silva deverá também sair. (Há previsão de o mesmo vir a fazer parte do conselho de administração da RNA, a ser nomeada em breve.)
O Novo Jornal viveu momentos de crise depois de em Outubro de 2009 terem feito manchete de capa uma matéria reprovando os 12 meses de prestação do governo do MPLA, um ano após as segundas eleições realizadas em Angola. Uma das antigas accionistas Carolina Santos teria se manifestado contra a publicação. No sentido de evitar embaraços com o regime angolano retirou parte das acções.
- O Semanário Angolense que também tem sido alvo de pressões ponderá vender parte das suas participações. A duas semanas atrás, o seu director-geral, Felisberto Graça Campos falou a um programa da BBC vaticinando que tinha serias duvidas de que a publicação sobreviveria até ao final do corrente ano. Em paralelo as suas declarações foram assinaladas movimentações no sentido de persuasão do jornal num cenário que terá participado como negociador da “outra parte”, António Paulo, um jurista ligado a Pitra Neto. O grupo ao qual o mesmo aparece como representante/negociador mostra-se disponível a entrar com o capital de 4 milhões de USD.
- Em Setembro de 2009, Kopelipa Vieira Dias Junior, filho de Ministro de Estado junto a presidência angolana Manuel Vieira Dias teria solicitado um levantamento de dados destinado a compra do Semanário “A Capital”. A intenção do jovem surgiu um mês após o mesmo jornal ter publicado uma matéria que envolvia o seu nome em negócios de camião na África do sul. O Plano não chegou a ir avante. O Semanário “A Capital” enfrentou cíclicas pressões ao ponto dos próprios publicitários, terem procurado atingir a sua linha editorial. Recentemente a UNITEL suspendeu as suas publicidades no jornal na seqüência de uma critica feita a Isabel dos Santos, accionista daquela empresa de telefonia. No sábado último, Francisco Tandala, o DG da publicação escreveu um artigo de “despedida” deixando a idéia de que na próxima semana aquele Semanário sairia as ruas com uma nova direcção.
A compra dos referidos jornais esta a ser acompanhada de rumores e preocupações em meios jornalísticos em Luanda. Há especulações nestes meios suspeitando que tais “negociações”, representem algum plano de sectores do regime do MPLA, no sentido de influenciar ou silenciar a media privada. Uma das figuras ou grupo que esta a ser identificada na lista das suspeitas é o “Media Nova” ligado a figuras do circulo presidencial. Em Fevereiro do corrente ano, havia indicadores da manifestação da compra do Novo Jornal ao que foi rejeitado.
Em Angola, existem cerca de sete semanários privados. Três deles são Factual, Visão e Independente são próximos ao regime. Os dois primeiros terão sido criados com ajuda do general “Kopelipa”. O Ultimo (O Independente) tem a reputação de estar ligado a segurança de Estado. Sai as ruas quando é para atacar figuras da oposição ou oposicionistas ao regime da linha de Wiliam Tonet.