Grande Entrevista

Acredita que Angola está preparada para eleições?
Creio que hoje se pode afirmar com segurança que há um ambiente propício a eleições. Do ponto de vista psicológico, este é um desejo que se vem adiando há já uns anos. Talvez por isso Angola se mostre, agora, ansiosa pelas eleições. Do ponto de vista material, fazem-se preparativos para a logística tanto quanto para o mapeamento das regiões onde serão as assembleias de voto, embora haja muito trabalho pela frente. Mas a vontade é grande e isso pode confirmar-se pelo processo do registo, para o qual houve uma afluência muito maior do que se pensava. Esperava-se um universo de 7 milhões de cidadãos e surgiram mais de 8 milhões de angolanos registados. Neste momento está a decorrer o processo de autorização do registo para os que completam, este ano, 18 anos.
 
A informação e esclarecimento ao potencial universo de eleitores é suficiente?
É suficiente mas podia ser melhor. Há de facto muita desinformação. Por exemplo, a localização de brigadas de registo não atinge, por enquanto, todos os sectores da sociedade. Por outro lado, o cidadão que nunca votou e constitui o grosso da sociedade precisa de saber o que tem de fazer. O Ministério da Administração do Território esta a fazer o seu trabalho. Têm publicidade na rádio, na televisão e nos jornais, mas é necessária uma maior aproximação às pessoas e um esclarecimento efectivo.
 
De que modo pode ser efectuado este apoio?
Gostaria de salientar o papel das organizações não governamentais e das igrejas, pois a ajuda na informação explicação ao cidadão vem sobretudo daí. As igrejas estão envolvidas numa sensibilização da opinião pública, não só durante as homilias mas também através de programas educação pública. nota-se um esforço para que o eleitor seja informado e esclarecido quanto aos seus direitos e deveres. Mas isto é ainda insuficiente, falta organizar os locais de voto e reforçar a informação aos cidadãos.
 
E ainda não há declaração oficial de eleições?
Ainda não temos uma declaração oficial para as eleições, não foram convocadas formalmente, mas a comissão eleitoral já está a fazer o mapeamento e a organização desse processo. Não temos ainda a data, mas sabemos que será para breve.
 
De que tipo de apoios irá a UNITA precisar neste processo?
Precisamos, em primeiro lugar, de observadores. Queremos que o processo venha a ser acompanhado, pois o país é enorme e é indispensável um grande número de observadores para cobrir o maior número de regiões possível. Neste caso os portugueses, falando a língua e conhecendo o país melhor do que outros, estão numa posição privilegiada para participar neste esforço. Na comunidade internacional, de um modo geral, todos os que são convidados serão bem-vindos. Têm é que ser convidados. O Presidente da República e os partidos políticos podem convidar observadores, mas terão que os apresentar a comissão de eleições, para que fiquem registados. Estes são os trâmites legais para que tudo possa correr com normalidade.
 
No discurso pronunciado cá em Portugal, deixou bem claro que são precisos investidores, mas que o que está em jogo é a reconstrução de Angola pelos angolanos, e o que interessa, acima de tudo, é a produção e sustentação de uma economia forte que permita a grande mudança social. Julga que a UNITA, se ganhar as eleições, será capaz de manter esta posição?
Esta necessidade de reconstrução é o ponto de partida fundamental, na nossa perspectiva. É também a primeira necessidade para os angolanos, que precisam mudança de vida. Ora, esta mudança de vida não se faz de braços cruzados, estando em casa. Angola muda com o esforço de cada um, não podemos esperar que venham de fora mudar Angola! É preciso participar no esforço de reconstrução nacional, é preciso que os angolanos sejam empreendedores e é preciso que desejem guindar-se a posições onde possam competir com cidadãos de outros países. Quando afirmo que procuramos capacitar os angolanos, não estamos a fechar a porta a ninguém. Aliás, só com parceiros fortes é que conseguimos fazer melhor. O interesse dos outros países é muito importante para mostrar que Angola vale a pena, mas o país só pode ser reconstruído pelos nacionais. Se alguém vem de fora com projectos a desenvolver, precisa de mão-de-obra  dos angolanos, e se não houver pessoas prontas a trabalhar nas diversas áreas, não há desenvolvimento. Esta é a nossa posição desde o início e manter-se-á depois das eleições.
 
E Angola precisa de quê, segundo a UNITA?
Precisamos de dar mais importância à educação e a formação, precisamos de criar cursos de superação. Temos que dar primazia ao desenvolvimento ao desenvolvimento do capital humano, na educação: a prioridade é o homem, por isso precisamos de conferir mais dignidade aos professores, pagando o seu esforço com salários justos, e, por outro lado, precisamos de estabelecer as condições mínimas para que os alunos possam estudar.
 
Mas isto é um processo, não vai acontecer amanhã…
Naturalmente que é um processo, não acontece de hoje para amanhã, mas que haver um princípio! E parece-me claro que tudo tem que fazer parte de um plano: se não houver um programa estruturado, não há resultados. Temos que possuir capacidades físicas, financeiras e humanas para materializar este programa.
 
Entre o programa da UNITA e a hegemonia actual nota-se uma extraordinária diferença.
Diria que são duas filosofias diferentes. Embora em alguns pontos pareça que estamos a dizer a mesma coisa, a nossa abordagem é diferente. Temos outro ponto de vista e é por ele que nos temos guiado. A diferença terá que se revelar.
 
Tem consciência da enorme crise social que irá confrontar?
Absolutamente. Aliás, a grande diferença nas políticas está aí: nós privilegiamos a área social. Procuraremos que todos os que conseguiram posições folgadas as consolidem, mas exigiremos que o orçamento de estado seja pesado no que diz respeito à área social. Teremos que garantir segurança ao nosso país para consolidar os problemas na área social; garantindo segurança estamos a promover a tranquilidade para desenvolver as actividades normalmente e em paz. Está é a medida fundamental: terminada a guerra nada obriga a manter o pesado orçamento de defesa e segurança que prejudica a área social. Por outro lado, se criarmos estabilidade social, estamos a promover a segurança. Se a insegurança é propícia ao descontentamento e instabilidade, a segurança, pelo contrário, estimula o desenvolvimento.
 
Aliás, a insegurança actual está bem patente no recrudescimento da guerrilha…
É verdade. Por isso a nossa aposta começa no cidadão: terá que haver uma maior atenção aos problemas da habitação, da saúde e da educação. A política que pretendemos desenvolver quer prevenir a doença, antecipando-se a ela: precisamos de água potável de uma forma generalizada. Tem de haver hospitais em condições e suficientes. Terá que ser dada especial atenção ao paludismo: afinal o paludismo pode ser combatido, não apenas com medicação, mas com métodos que reduzam as fontes de doença. E todas estas áreas requerem fundos que agora são gastos noutras que a UNITA julga irrelevantes, como a defesa. A área social, actualmente, não conta com fundos significativos no próprio orçamento geral do Estado.
 
Sendo Angola um país milionário!
Angola é um país muito rico e nós temos todas as razoes para procurar obter fundos dos nossos recursos, para que venham a ser empregues naquela que é, hoje, a esfera mais carente, a área social e tudo quanto lhe diz respeito.
 
Como é que a UNITA se apresenta aos cidadãos?
Dentro de um mês apresentaremos o nosso programa de governo. Com a aproximação das eleições é essencial que a sociedade angolana, e não, tenha conhecimento da nossa visão sobre o país e compreenda o que pretendemos fazer. A partir deste programa, a sociedade poderá verificar aquilo que queremos mudar e possuirá outra alternativa no momento de votar.
 
Alguns analistas comparam Angola, com a sua enorme riqueza, com outros países africanos que, na prática, se mostram ingovernáveis. Põe exemplo, ainda há pouco tempo foi comparada ao Zimbabué. Acha que a comparação é justa?
Penso que não é justa. Os partidos que agora governam os países da África Austral, constituídos na mesma década, guardam relações de camaradagem do tempo das lutas para independência. Essa cumplicidade leva a que nem sempre se tomem posições firmes quando estamos perante situações que merecem crítica ou posição mais dura. Quanto ao Zimbabué e Angola, em particular, a experiência é completamente diferente. O Zimbabué já conheceu vários processos eleitorais e Angola vai viver agora o seu segundo processo eleitoral. Por outro lado, julgo que os angolanos têm amadurecido muito sob o ponto de vista político nos últimos tempos e desejam realmente a mudança. Também me parece claro que as posições da classe política dominante no Zimbabué não são aceitáveis.
 
Refere-se ao amadurecimento de Angola desde a independência?

Estou a falar sobre tudo desde a independência, mas já se notava antes. A independência foi obtida a ferro e fogo; no próprio dia ainda se lutava em várias partes do país, a guerrilha não parou e a situação de instabilidade política também não. Tudo isso deixou nos angolanos uma experiência sui generis. Creio que pela sua parte desejam fazer tudo para não passarem, mais uma vez, por situações semelhantes.
 
Está dizer que os angolanos estão fartos de guerra?
Estou a dizer que da parte dos angolanos há já um cansaço grande e uma enorme vontade de evitar situações que os façam voltar ao tempo da guerrilha. Não querem repetir experiências do passado. A vontade de mudar é visível. Quero dizer que o que eles desejam é uma mudança no país.
 
Mudança parece ser a palavra-chave no discurso da UNITA. O que quer exactamente dizer quando fala desta mudança de modo tão significativo?
A palavra mudança está generalizada pelo país. Nós precisamos de mudar muito! Precisamos de mudar a mentalidade do dirigente e a sua maneira de olhar o cidadão. O dirigente é alguém que está ao serviço do povo e não ao serviço de si próprio. Penso que não é difícil mais é diferente. Teremos ainda que mudar o modo como olhamos para o país: Angola não é só Luanda e o corredor litoral ate Luanda. O país tem um território gigante para o interior norte e sul. Precisamos, como lhe dizia há pouco, de mudar o sistema de saúde e o da educação. No fundo, precisamos de mudar a sensibilidade ou a falta de sensibilidade dos dirigentes para com o povo. E precisamos de mudar até no próprio trato das pessoas, que agora é distante e despreocupado, pondo o homem no centro. Ele é o mais importante.
 
É um discurso cheio de mudança que me parece radical no seu conteúdo: a UNITA pretende uma forma de governar mais humanista. Este discurso também inclui a mudança de visão sobre a riqueza de Angola? Disse, também em Portugal, que Angola não é só petróleo?
Angola tem, em primeiro lugar, o homem. Quanto à economia, tem muito mais do que petróleo, ouro e diamantes. Se o petróleo é um recurso estratégico para o país, o sector agrícola será muito mais estratégico para o país, agora e no futuro. Até hoje importamos quase todas matérias-primas elementares, o que não faz sentido, sendo Angola um país com milhares de quilómetros de terreno agrícola. Além disso, o povo angolano é empreendedor e gosta de trabalhar: é claro que precisa que lhe tracem políticas que lhe permitam colher o máximo do seu esforço. Basta sair de Luanda e visitar qualquer região não urbana e logo nos deparamos com dezenas de angolanos a trabalhar a sua terra. Sabemos que esta é uma terra empobrecida, que nunca foi cuidada (esteve abandonada durante décadas) e sobre a qual é preciso agora usar métodos modernos de agricultura para que se torne produtiva. É tempo de voltar a olhar a agricultura com uma visão realista. Olhando aqueles agricultores compreendemos que, com um apoio mínimo, Angola se tornará, em pouco tempo, auto-suficiente do ponto de vista alimentar.
 
A redução da dependência exterior é um passo para solidez da economia.
Claro, mas também é urgente mudar a mentalidade de que precisamos de importar tudo dos outros países. A matéria-prima de Angola deve ser transformada cá dentro. Isto criará industria, muitos postos de trabalho e reduzirá os preços dos produtos. Tudo isto é possível e isto dá-nos muita satisfação. Mas só é possível se houver mudança! Depois de décadas de guerra fratricida, Angola vive hoje um processo de reconciliação nacional que nem sempre é tido em conta por aqueles que deveriam adoptar políticas de verdadeira reconciliação. Porque a reconciliação não é espontânea, não existe se não for também material. Não faz sentido falar em união se limitamos o acesso ao trabalho e à educação a determinados sectores da população!
 
A reconciliação vai ter um papel especial no vosso programa?
é um ponto fundamental que suporta todas as mudanças que temos vindo a falar. Ainda na derivação da mesma palavra, queremos mudar para unir. Os angolanos, hoje, ainda se revêem em partidos e não na sua nacionalidade: parece que é o partido que diz o que é e quem é a pessoa, como se o partido explicasse a pessoa! Para a UNITA é fundamental alterar este comportamento, é preciso que os angolanos se revejam na sua terra, que é um grande país, com muitas províncias de características diferentes, mas com uma mesma nacionalidade e união: é isso que lhe confere identidade.
 
Esse comportamento que critica é resultado da história recente?
Creio que sim. Curiosamente, isto não existia antes da independência. Na escola tínhamos colegas de todos os cantos, de todas as cores e falando língua diferentes e nem sequer precisávamos de perguntar de onde vinham. Hoje não é tão importante perguntar a origem étnica ou etnolinguística das pessoas e, no entanto, parece ser muito mais importante saber em que partido se filiam.
 
A UNITA teve a sua fase de guerra e guerrilha. É comentada a posição tomada pelo presidente Jonas Savimbi ao voltar a guerrilha. O que acha, passados estes anos?
Devo dizer que em nenhuma ocasião o Dr. Jonas Savimbi quis voltar à guerra. Fomos obrigados a defender-nos, o que é diferente. Com a independência em 1975. Com a independência em 1975, gente da UNITA ou do grupo étnico identificado com a UNITA foi chacinada…
 
Aliás, o vosso partido foi criado no exílio…
Não foi bem assim. O grupo é criado no interior de Angola, embora a ideia em si tivesse sido concebida no exílio. Mas o Dr. Savimbi constituiu os primeiros 12 elementos do partido em Angola, no Moxico. Embora a UNITA se tenha estendido ao país todo, o grosso vem do sul, tal como para o MPLA a maioria de elementos vem do norte e do corredor Luanda-Malange, com a FNLA mais a norte. Havia uma osmose e uma mistura natural, e as pessoas não estavam separadas. Em Luanda havia pessoas de todos os lados, tanto do Norte como do Sul. Quando o processo para independência atinge o seu auge, o MPLA chega ao governo e expulsa de Luanda todos que não eram do partido, fossem eles do Norte, do Interior ou do Sul. Nessa altura, só num massacre, conhecido como o massacre do Pica-Pau, a UNITA perdeu 300 pessoas!
O discurso do Dr. Savimbi, mesmo assim, era pela manutenção da paz. Foi desta orientação que se conseguiu a conferência de Nakuru e a de Mombaça: Jonas Savimbi conseguiu que os três movimentos viessem, juntos, com os portugueses, assinar o documento para a independência no conhecido Acordo de Alvor.
 
O senhor tem vincado a posição pacifista. É assim que pretende manter-se se ganhar as eleições?
 O que desejamos mostrar é que tudo isso que aconteceu faz parte do passado. O que interessa agora é o presente. Precisamos de tornar a nossa sociedade mais democrática porque onde há democracia há respeito pelos outros, pelas suas opiniões e pela diferença. Em condições de diálogo, dificilmente emergem situações de conflito. Pretendemos então, promover o diálogo, ouvindo e conversando, sem necessidades de insultos, procurando, desta forma, soluções que contornem as diferenças. Só assim se poderá contribuir para a consolidação do processo de paz, de estabilidade e de reconciliação.
 
Acredita que é possível a concertação das forças políticas?
O nosso país, como outros, é um país de compromissos. Por exemplo, compromissos religiosos. Há varias religiões e vários credos e temos que promover igualmente o direito de escolha e exercício da religião. Há também compromissos com outras regiões, afastadas e esquecidas: não devemos privilegiar umas em detrimento de outras. Temos a obrigação de evitar assimetrias económicas ou sociais. Somos um país com varias raças e várias etnias e todos têm que conviver em paz. Pretos, brancos, mestiços e outros.
 
Tem consciência da dificuldade que isto implica?
Sabemos que é um compromisso sério. Não podemos fazer de conta que não existem problemas. Se aceitarmos as diferenças sem o desenvolvimento de uma política para a solidariedade e a coesão nacional, então os problemas surgem. A nossa direcção actual leva estas questões muito a sério.
 
Acha que problemas como o da TAAG (transportadora Aérea Angolana) influenciam a economia angolana e a sua imagem?
Naturalmente. Os problemas que existem com a TAAG são resultado da incompetência de quem gere a companhia: não está só em causa a economia, a companhia nacional de aviação é o nosso cartão de visita. Tenho certeza de que haverá soluções! O que se passa é uma vergonha: os aviões da TAAG não respeitam clientes, horários ou programação, não pedem desculpas ou dão justificação! Por causa desta situação surgem as companhias particulares de enormes lucros, pois tornam-se a alternativa única. O problema da TAAG afecta a própria economia angolana e a nossa imagem no exterior.
 
A UNITA tem governo formado?
Achamos interessante essa ideia de que a UNITA não tem gente capaz, que ninguém se fie nela. Isto não é aceitável. Não só a UNITA tem gente capaz para formar um governo, como até vai mais longe: não deve ser a UNITA a governar o país, mas sim a liderar um grupo de angolanos capazes de trabalhar para o desenvolvimento do país. Um partido responsável não traz para o governo alguém só porque pertence ao partido: deve ir à sociedade civil, onde existem muitos angolanos capazes e formados para servir Angola. Pode, inclusive, ir buscar aos outros partidos indivíduos competentes e eficientes, os que mostraram experiência e revelaram bom trabalha. Acusarem-nos de não ter gente reflecte uma ideia redutora de Angola, com a qual não concordo. Não gostamos do que lá está e podemos fazer melhor
 
A UNITA pretende fazer a diferença: parece idealista, por um lado, e arriscado, por outro, tendo em conta o actual cenário de problemas.
Eu diria que a situação está tão complicada e gera tanta insatisfação que até uma pequena alteração já faz a diferença. Veja o problema do trânsito que é caótico: não é preciso fazer muito, mas é urgente tomar iniciativas. Há uma indiferença e um laissez faire que não podem ser eternos. Se esta experiência é o que eles têm para nos oferecer, eu e os angolanos não necessitamos dela!
 
Se a UNITA ganhar, o que vai fazer com a oposição?
Até aqui a UNITA está no governo de união e reconciliação nacional por força dos acordos de Lusaka e vamos ficar assim até ao fim. Depois das eleições, e mesmo que não ganhemos, não nos oporemos a que quadros da UNITA venham integrar o governo liderado por outro partido, da mesma forma que não nos limitaremos aos quadros da UNITA para governar o país. Como lhe disse atrás, pretendemos convidar outros quadros, outras pessoas. Quanto aos acordos de que lhe falei anteriormente, só os haverá se os resultados eleitorais a isso nos obrigarem

* Constança Vaz Pinto
Fonte: Front Line