Benguela - Sempre gostei de escutar rádios, ler jornais e assistir a televisão. Confesso que nem sempre conseguia ter acesso com facilidades a esses órgãos. Fruto das dificuldades da vida. Todavia reconheço que aprendi e aprendo muito com isso. Quem nunca usou um “rádio” a pilha?

Fonte: Club-k.net


Quem nunca lavou os pés para assistir televisão na casa do vizinho? Era assim no tempo de outra senhora. Actualmente adicionou-se a Internet, tudo na hora, minutos e segundos.


Sinceramente estou decepcionado com a comunicação social angolana pública e privada. Mormente com falta do contraditório, constantes direito de resposta e as fontes “fantasmas”. Magoa-me quando leio “ ligamos várias vezes a parte lesada, chamava o telemóvel não atendia ou então não foi possível contactá-lo ou ainda mais grave, um meu amigo que é jornalista disse-me que há órgãos que nem sequer contactam a outra parte e dizem isso. Fico mais aborrecido quando leio os sucessivos direitos de resposta muitas as vezes desajustado e cheio de grandes “verdades” as vezes para sabermos de alguma situação espera-se um boato. Não é bom.


Não sou jornalista, porém sei que o contraditório é um elemento básico no exercício desta nobre actividade. É como o padre que não sabe a oração do Pai-nosso, seria uma aberração! Como disse um ilustre analista angolano” a primeira notícia é de” capa” e o direito de resposta lá no fundo da página”.

 

A sede de noticiar e agradar o chefe é tanta que muitos jornalistas não se preocupam com a “Bíblia sagrada” do jornalismo. Põem em causa a imparcialidade e a isenção. Muitos artigos de opinião são um verdadeiro fiasco. Criticam sempre ou louva sempre. Cheios de noções e escritas iguais só trocando os títulos. É sempre a mesma cena. Muitas vezes já não acabo de ler certos artigos “leio-os completo no título”


Pergunto-me diariamente, quais as reais motivações de tanta depressa e emoção ao noticiar? A mais polémica Constituição Angolana nos artigos 45º e 46º C.R.A.) , a lei de imprensa(7|º) e demais leis protege a dignidade da pessoa humana, o principio da presunção da inocência etc. A função jurisdicional é pertença exclusiva do Estado através dos Tribunais e não da comunicação social. Ultimamente a moda pegou na imprensa de “sancionarem” pobres porque violou, matou roubou enfim com os nomes e rostos dessas pessoas. Sem camisa, calça ou calção sem cinto Enquanto outros têm tido tratamento “vip” nem rostos nem nomes.


Esquecem ou não que todos não inocentes até a decisão transitar em julgado?


Há dias eu disse a um meu amigo que odeio o direito de resposta porque penso que um bom trabalho jornalístico, cumprido os limites da lei. Jamais virá depois o dito por não tido. Muitas fontes actuam com má-fé e armadilhas. Como fica o rigor e profissionalismo deste ou aquele órgão? De quem são as ordem superiores? É obra…


D.S. Chipilica Eduardo em Benguela