Luanda - Uma juventude ávida de bens materiais. Sonhar até não é proibido. O problema que se coloca é a via de realização. A corrida pelo emprego nos bancos marca a preferência dos jovens em Angola, pelas vantagens que propicia. O crédito é uma delas.
Texto adaptado Alexandre Neto
Fonte: Club-k.net
A pergunta sobre, o que mais desejaria possuir nesta altura (?) é respondida sem rodeios: carro e uma casa.
Em meio a crise de valores, o assalto não poucas vezes é recurso. Realizar uma necessidade familiar terá sido o móbil do roubo ao banco BAI na semana passada, segundo explicaram à imprensa, os três detidos apresentados nesta terça-feira.
Dois deles são funcionários: um é o tesoureiro o outro é o caixa de serviço.
De acordo com o que transmitiram, os funcionários bancários estiveram por dentro do esquema que criou o simulacro de assalto, permitindo que uma terceira pessoa, no caso o Paulo Jorge Silva, 32 anos de idade se apossasse do dinheiro.
Com este caso quase esclarecido, o momento foi também de auto-exaltação da polícia.
Leitão Ribeiro que é o segundo Comandante de Luanda fez reparos aos operadores bancários sobre as debilidades técnicas dos sistemas electrónicos de vigilância. De um modo geral, não funcionam.
Mais frequentemente, a pergunta que se tem colocado é do porquê da alta da criminalidade (?) em Luanda.
Os psicólogos respondem a questão com base na análise da personalidade das pessoas. As influencias externas e o consumo de álcool reforçam os argumentos.
O desemprego e o sentimento de frustração fazem igualmente parte das explicações.
Mas o facto do assalto da semana passada ter sido protagonizado pelos próprios funcionários, causa mais espanto!
A sociedade precisa com urgência de se recuperar da grande crise de valores o que passa também pela revisão do conteúdo dos programas nas escolas, disse Carlinhos Zassala por nós entrevistado.
Carlinhos Zassala é professor de psicologia na Universidade Pública.
A apresentação nesta terça-feira deixou ainda assim algumas zonas por clarificar. Por exemplo se houvia alguma ligação entre os dois assaltos que ocorreram. Apesar das referências elogiosas feitas pela polícia, sobre o agente da segurança privada que disparou a matar sobre um suposto assaltante do banco nesta segunda-feira, pouco mais foi revelado sobre a legitimidade do disparo. E se não teria sido mais útil à investigação, a presença do suposto assaltante.
Sobre a mesa eram visíveis maços de dinheiro e uma bolsa preta que se supunha terem sido recuperados.