Lisboa - São atribuídas a uma facção do regime angolano planos que visam recuperar o jornalista Graça Campos (GC) para servir um novo Semanário privado, de “linha editorial livre”. A referida facção que se mostra disposta em patrocinar um novo jornal, não se revê na estratégia da corrente da “ala presidencial” em “exterminar” a imprensa privada em Angola.
Fonte: Club-k.net
Ala moderada do regime contra o extermínio da imprensa privada
GC esta temporariamente impedido de dirigir uma nova publicação ou criar um jornal que faça concorrência ao Semanário Angolense, conforme contrato estabelecido na altura da venda do jornal que fundou. Nas hipóteses, atribuídas a facção moderada do regime, é que deveria se apostar, de forma secreta, na fundação de um novo jornal privado que deveria ser dirigido pelo veterano Silva Candembo e por sua vez este empregaria, o seu ex-colega Graça Campos.
A formula assim pensada é baseada na argumentação segundo a qual a forma de GC, fazer jornalismo “mesmo que critica” ajuda a redirecionar soluções para o país. O Semanário Angolense pautava por trabalhos de analises pedagógicas sem paralelo na imprensa angolana. Os seus textos serviam para leituras de inteligência (SIE, PR e embaixadas estrangeiras), o que fizeram dele num dos um dos mais credíveis jornal privados no país.
O Semanário Angolense tem entre os seus quadros Severino Carlos, formado em Portugal e reconhecido como um dos mais emblemáticos nas analises da política domestica. Optou por suspender as suas funções de DG, devido a interferências dos novos dono do jornal que procuram impor uma linha editorial.
O Semanário Angolense foi comprado por uma empresa Media Invest, conotada ao Presidente da Sonangol, Manuel Vicente e ao general Manuel H Vieira Dias “Kopelipa”. Há informações desencontradas que identificam o general Higino Carneiro como parte interessada da referida empresa de comunicação. O grupo teria fundado uma outra empresa que se responsabilizou pela compra de um outro jornal privado “A Capital”. A medida é justificada como estratagema para não causar a idéia de monopólio.
Em círculos do regime argumenta-se que a compra do Semanário Angolense foi impulsionada “porque a publicação estava a causar embaraços a imagem de Manuel Vicente”. (Entenda-se relatórios de autoria do jornalista Rafael Marques). Em privado, Manuel Vicente faz recurso a uma linguagem segundo a qual não se deve responder aos ataques da imprensa.
Quanto aos outros semanários existentes no mercado, personalidades próximas as negociações argumentam que “não precisam de os comprar porque irão morrer por si”.