Huambo – Os jornalistas da província do Huambo foram aconselhados nesta cidade a exercerem a profissão com elevado sentido de responsabilidade, para que o exercício do jornalismo promova a harmonia e desempenhe uma função cívica capaz de transformar a sociedade para o bem.


Fonte: Angop

 
Este apelo foi feito pelo também jornalista Jaime Azulay quando dissertava sobre “O interesse jornalístico e a lei da probidade pública”, numa palestra inserida nas comemorações do 35º aniversario da Angop.


 
Considerou que o jornalismo competente, isento e investigativo deve apartar-se da superficialidade que deforma a verdade dos factos, abrindo espaço para a manipulação e para o mercantilismo.


 
“A minha ideia como profissional desta área é que o verdadeiro jornalismo tem a ver com a vida. Porque aquilo que é noticia só o é porque tem algum potencial de transformar a sociedade para o bem (…), logo o jornalismo deve ser realizado primordialmente com elevado profissionalismo, rigor, honestidade e exigência para que não se transforme uma tão nobre profissão num vespeiro de intriga, de calunia e de difamação”, aconselhou.


 
Durante a sua alocução, Jaime Azulay chamou igualmente atenção aos jornalistas sobre a necessidade de diferenciarem o interesse público da curiosidade informativa.


 
Frisou que os jornalistas ao tratarem uma notícia ligada a justiça devem ter sempre em conta o princípio da presunção da inocência, para não interferir no andamento normal do processo judicial.


 
Segundo o palestrante, o jornalismo pertinente e responsável deve respeitar os limites legais, morais e éticos, assumindo o papel de educador da sociedade, além de contribuir para o bem-estar comum.


 
Jaime Azulay, que é o delegado das edições Novembro (detentora dos diários Jornal de Angola e dos Desportos, assim como o semanário económico) na província de Benguela, diz ter a certeza de que a comunicação social em Angola tem assumido um papel preponderante na luta pela pacificação dos espíritos e na consolidação da democracia verdadeira.


 
“Estou convicto que, não obstante as dificuldades e limitações vigentes, os jornalistas têm cumprido a sua missão, combatendo o tribalismo, o racismo e outras formas de discriminação e jamais serão autores da discórdia atentadora da dignidade dos cidadãos e da harmonia nacional”, justificou.


 
Classificou de repugnante a constatação de que alguns meios de comunicação social forjam noticias apenas com o fito de se aumentarem as vendas as audiências e, no pior dos casos, obterem contrapartidas financeiras e outras benesses.


 
Embora tenha admitido ser natural ocorrer erros no trabalho dos jornalistas, Jaime Azulay encorajou os profissionais a pautarem pelo rigor pois, segundo ele, é um critério distintivo do jornalismo. “Nesta profissão, errar pode criar gravíssimos problemas para a sociedade”.


 
Estiveram presentes na conferência-debate, promovida pela delegação da Angop nesta província, jornalistas, titulares de cargos públicos, académicos, membros da polícia nacional e das forças armadas angolanas.