Lisboa -  Nasceu em Benguela, mas é em Cabinda onde estão as suas origens.  Quando era  jovem  denotava queda pelo desporto. Jogou   basquetebol por algum tempo  mas foi no  Voleibol,  que  identificou-se experimentada chegando  a servir  a seleção nacional durante 7 anos. 


Fonte: Club-k.net


Com a moda dos partidos após ao 25 de Abril, Maria Elisabeth Raque Franque “Bety”  fugiu de casa, com um grupo de quatro pessoas. Tomaram  um comboio que fazia o trajecto Benguela/Huambo para de seguida tomar um  autocarro  rumou a  Luanda, com o intuído de chegar a localidade do  Úkua, na província do Bengo, onde ingressou no centro de instrução revolucionária (CIR) do MPLA, então movimento de libertação que iria desfazê-la do  destino de “desportista”.


No período  dos acordos de Alvor fez parte do primeiro destacamento feminino da primeira região militar do MPLA baseado no  norte do país ao qual ajudou a criar. Foi por esta via que participou nos combates para a libertação de Caxito como integrante da 9ª brigada de infantaria motorizada.  A quando do anuncio da independência nacional foi uma das integrantes  do esquadrão feminino que combateu contra a FNLA,  na conhecida  batalha do Kifangondo. Nos dias de hoje, generais das FAA, estimam-lhe pelo seu voluntarismo na defesa da pátria.

 

A sua passagem pelas forças armadas  terá lhe consumido levado um ano e meio. Daí foi  chamada para ingressar  um grupo que se tornou conhecido com o das  primeiras 200 mulheres policias em Angola. Foi despachada para Romênia onde ficou durante dois anos em formação policial. Fez carreira  na policia de transito tendo sido ela a fazer escolta que conduziu a caravana da primeira cosmonauta da história, a Russa, Vladimirovna Tereshkova, quando visitou Angola. Terá feito parte da escolta de Agostinho Neto. Era a “dama” do ultimo carro. Naquela altura era uma das poucas mulheres que conduziam motorizadas em Luanda

 

Elisabeth Rank Franque,  passa por ser sobrinha do fundador da FLEC,  Luis  Rank Franque.  Porém, os  Cabindas não a reconhecem por ter um convívio nulo com os mesmos. Em vida o então  Ministro da Defesa, general Pedro Maria Tonha “Pédale” tentava puxar por ela  no circulo das suas raízes. Certo dia, teria feito parte de uma festa em casa do  malogrado general, no Miramar,  e este aproveitou a ocasião para lhe apresentar algumas figuras do enclave com realce  a Belchior Tati e Osvaldo Buela, o hoje membro do gabinete de Nzita Tiago.
 


Outro Cabinda que revelava certo apresso por ela  é o antigo   comandante geral da policia, André Pitra “Petroff”. Em 1986, “Petroff” integrou-a para fazer parte de uma delegação oficial que com ele se deslocou  a Argélia. Era o marco da sua ascensão acompanhada de formações que a levaram a ser a  chefe de regulação do trânsito.

 

Em meado da  década de noventa, muitos  encarregados de educação mostravam-se saturados por  ela ter andado a esbofetear, os jovens na rua. Certo dia, esbofeteou um militar que a impediu de entrar no Hospital Militar quando ela socorria um agente da policia que fora baleado.  “Beth” foi levada a tribunal sob acusação de pratica de agressão. Esteve prestes  a ser condenada. A sociedade fazia gosto de vê-la por detrás das grades e a  sorte aparentava remar contra a sua maré. Teria chorado e hoje elege  este momento  como “o mais negativo da sua carreira”. Durante a secção de acareação judicial,  uma  corrente de senhoras da OMA decidiu apóia-la e acompanhá-la até  ao ultimo momento para que não fosse injustiçada. Acabou por ser inocentada. Porém, em gesto, entendido como de agradecimento teria passado a freqüentar  algumas  actividades da  OMA.

 

Depois de um longo período de afastamento, a mesma  regressou a   corporação após uma suposta intervenção de Santa André Pitra “Petroff”. Do seu protagonismo após o regresso na policia nacional, destacou-se em cargos como o de Comandante de divisão da Maianga,  comandante da Brigada Especial de Transito (BET), comandante da unidade operativa de Luanda e segunda comandante provincial na capital do país. Presentemente, chefia provisoriamente o comando provincial de Luanda em substituição do subcomissário, Joaquim Ribeiro.  É também, a  líder da Associação Angolana da Mulher Polícia, e membro da  Rede da Mulher Polícia da SADC.    Tornou-se  a primeira mulher em Angola a chegar ao grau de general na policia nacional. (subcomissário).


No circulo de trabalho, atribuem-lhe a particularidade de ser “muito rígida, inconsistente e pouco criteriosa” que “usa excessivamente a punição como ferramenta disciplinar”.  Embora seja notabilizada por esta faceta de punidora, o seu comportamento no seu meio familiar  é o contrario do que se verifica  na rua. Esteve acasalada  com João Guimarães com que tem um casal de filhos que estudam no estrangeiro. (João Guimarães é irmão do antigo basketebolista José Carlos Guimarães). É apreciadora de  Whisky,  e fuma dois maços de cigarros por dia.