Lisboa - Miguel Fernando,  antigo  Vice- Governador da Província do Bengo para a Esfera Económica e Produtiva, na década de noventa aguarda a mais de 19 anos por uma nova colocação nas estruturas do Estado angolano.  Desde o  tempo que foi exonerado,   a 2 de  Abril de 1992 emissários do regime  terão lhe garantido que seria reconduzido para um  outro cargo que até agora  não  se verifica.


Fonte: Club-k.net



Figuras do regime que  o abordam  notam que mantém a  esperança de que ainda poderá a vir ser chamado para  o “novo cargo”.  Por outro lado, as mesmas figuras vêem como escassas a possibilidade de uma provável reabilitação do ex governante tendo em conta que em Agosto de 2006, o  Ministério das Finanças foi instruído  a revogar   a fixação da sua  subvenção mensal vitalícia  (Despacho n.º 65/02, de 26 de Fevereiro).



Há conhecimento de casos de outros elementos que serviram o regime  e que se encontram na mesma situação que o  antigo  Vice- Governador da Província do Bengo, Miguel Fernando. Sabe-se que o antigo  ministro das finanças, Julio Besssa, o   ex-Vice dos Transportes,  Hélder Preza, o  ex- director Nacional do Comercio,  Gomes Cardoso são citados como mostrando-se   disponíveis para regressar ao Governo. O mesmo acontece nas estruturas militares como é o  caso do Tenente-General Fernando João da Silva “Paty”,  antigo adido de defesa em Pretoria.  Mesmo sem funções é freqüentemente visto no Estado Maior General das FAA, cuja presença é entendida como  se pretendesse  ser visto para  não cair no  esquecimento.



O caso mais “compreensível” aconteceu com Bornito de Sousa, ao tempo líder da bancada parlamentar do MPLA. Logo após a implementação das “atípicas”  foi sensível em transmitir que Fazia gosto de também ser Ministro (é a primeira vez que serve o  governo.)



A luta pelos cargos  no regime  do MPLA  é  visto como uma causa patente nos seus elementos embora há quem note grupos internos a tomarem partido das lutas internas que elas provocam.  Há  casos de historias de elementos que são gozados pelos seus ex-colegas que os contactam para   alimentar   conversas de que o Chefe  tenciona nomear determinada pessoa.  Quando o nome da pessoa não sai nas tais nomeações, os     emissários aparecem dizendo  que as pessoas previstas não foram  nomeadas  porque um grupo do “partido” impediu.  Nas véspera da queda do ex- Ministro do Interior, Roberto Leal Ngongo, elementos que se faziam passar por porta vozes de JES, contactaram o embaixador angolano Alexandre Rodrigues para dizer que o PR estava em vias de nomear-lhe como substituto do general “Ngongo”, no Interior, o que pareceu depois ser brincadeira.



Cenário, idêntico aconteceu antes da  dissolução do GURN, com  um antigo ministro do comercio  pela UNITA, Mafumbua "Keny" que fora  interceptado a margem de uma reunião do Conselho de Ministro. Os seus interlocutores fizeram-lhe crer que  o PR, estimava o seu trabalho e que  gostaria  nomear-lhe  para um cargo de embaixador. O dirigente da UNITA não  aceitou e mais  tarde veio a se saber que foi uma brincadeira de   gozo destinada  a medir o seu grau de corruptividade.



Por outro lado, há também historias de antigos  dirigentes que ao não verem os seus nomes a serem reconduzidos rebelam-se contra o regime assumido uma posição de críticos  internos ou de “falarem mal”. Há um ano atrás, o antigo Ministro da Administração Interna, Virgilio Fontes Pereira, teria adoptado um discurso que os seus colegas receavam que viria a se tornar num  critico interno.