Luanda - Angolanos no facebook escreveram a redação do www.a-patria.com denunciando aquilo que consideram de "um atentado contra a democracia e a liberdade de expressão no facebook" por causa de uma informação posta a circular segundo a qual, alguém com ligações proximas do "regime" e pessoas ligadas a este, usam varios perfis (com identidade falsa) para ameaçar e algumas vezes até mesmo aliciar jovens angolanos (principalmente do sexo femenino) no facebook, que na opinião deles manifestam uma opinião aversa a do "regime" do MPLA, que alegadamente servem. Alfredo Carima, funcionario da SINFIC é o nome apontado como estando por detráz destas ameaças, como parece comprovar a mensagem que enviou em privado a uma jovem angolana no facebook apenas por ter dado cobertura as recentes manifestaçoes de 2 de Abril em Luanda.

 

 Fonte: a-patria/facebook.com

 

"As ofensas são tão baixas e degradantes  que até tenho nojo e vergonha de menciona-las"
 
 
Na mensagem (ocultamos propositadamente a parte inicial em que se revela o nome da destinataria), lê-se em parte a seguinte frase  que parece ser um alerta ameaçador:


 
"Tal como em 1992 e em 2002 Savimbi e a Unita também avaliaram mal a capacidade de resposta do Governo/MPLA e do povo...o resultado está visto".


Com a mensagem, o suposto ameaçador parece querer desestimular a jovem de tecer comentarios relacionados as manifestaçoes em Luanda no seu mural, associando-as a guerra, e mostra o que aconteceu com Jonas Savimbi e com todos aqueles que tentaram desafiar o "regime" angolano, mensagem esta que foi encarada como ameaça velada. A pergunta que fica no ar é esta: o que leva o senhor Alfredo carima a enviar mensagens destas em privado a algumas jovens no facebook?


 
Segundo as mesmas jovens, a semelhança na escrita e no conteúdo das mensagens de Alfredo Carima com a de outros enviadas em perfis "mascarados" são tão evidentes que facilmente se conclui tratar-se da mesma pessoa, mas existem também indicações, segundo as lesadas, de que "outros elementos proximos de Alfredo Carima façam uso das mesmas taticas estupidas". "Considero isso falta de trabalho" considerou um jovem do facebook, manifestando o seu desagrado por tais comportamentos pouco dignificantes.
 


Para além das ameaças nas mensagens, os jovens do facebook denunciam também graves ofensas morais, calunia e difamação feitas por individuos em perfis "mascarados" mas que se suspeita serem pessoas proximas de Alfredo Carima, ou mesmo o própio. Este facto está na base de algumas jovens angolanas no facebook deixarem de colocar as suas fotos e identidades reais nos seus perfis, por se sentirem inseguras. "Já nem me sinto segura em dar números ou e-mails a ninguém porque nunca se sabe se é algum agente desse tal de Alfredo Carima" lamentou uma das jovens. "As ofensas são tão baixas e degradantes que até tenho vergonha e nojo de menciona-las", disse uma das jovens que verificou nesta manhã de sexta-feira que o seu nome foi visado numa das ofensas e constava no mural de outra jovem angolana residente na diáspora, que foi igualmente ameaçada, a Eduarda Coimbra Alberto (veja imagens abaixo).

 

O Perfil de Facebook de onde veio tais ofensas e ameaças é este (vêr imagem abaixo) e mais um outro com o nome (falso) de Ruth Kiambata, em que o autor usa ilegalmente a foto (roubada no mural de uma conhecida jovem no facebook) de uma jovem angolana residente na diáspora. "Apelamos a todos que denunciem e bloqueiem esses falsos perfis que só existem para causar divisão e sujar a imagem das pessoas" alertou um jovem angolano do facebook muito chatiado com esta situação.

 


"Decidimos denunciar isso ao site a-patria porque nos parece ser um site sério e respeitado, queremos apelar a todos os utilisadores do facebook no sentido de fazemos um uso mais correcto do mesmo em vez de estarmos constantemente a nos atacarmos uns aos outros, mas esse aviso vai especialmente para alguns fanaticos ligados ao MPLA que por tudo e por nada põem-se a ofender a todos os que não pensam como eles", apelou o jovem Mayo Francisco, que se considera um "revolucionario cibernetico" do facebook.


Os jovens também não descartam a possibilidade de avançarem com um processo judicial.