Luanda - Só em 1970 a Ex-Santa-Comba Dão ascendeu à categoria de cidade, hoje, com a designação de Waku-Kungu num universo de 12 municípios da região Centro Norte do país. Estamos a falar de um município da província que fica a Sul do rio Kwanza. Os mujimbos davam conta, na altura, caso tal fosse realidade, daquilo que seria a sede do Kwanza-Centro, mas mujimbos são mujimbos. Os mapas do séc. XIX integram a região da província a Sul do rio Kwanza no reino do Ndongo, aliás, seus povos são originários do grupo etnolinguístico ambundu.


Fonte: Club-k.net


Segundo fontes orais a palavra cela veio de nzela tendo sido distorcido pelos portugueses à semelhança da palavra Alinhatura em vez de hali ya tula cuja tradução é: o sofrimento chegou. Cela, terra dos Kachongonos e Kungus é habitada por gente cuja ocupação básica tradicional é a agricultura. O kangondo, lundongo, lu uaua, katita, etc. são algumas danças típicas. (u) cela é a designação da língua local à semelhança de outros povos que fundamentam a designação de suas línguas em razão do nome da região. É a mesma língua com algumas variantes em outros municípios que se pretende como factor de unidade na província com a designação de ndongo ou bundu, conforme, venha a ser o consenso, pois, o debate está em aberto.

 

Entretanto, hoje, aparecemos para usamba que significa bater palmas porque apesar de tantos males sociais vividos, os filhos da Cela vão finalmente ter um núcleo universitário local do Instituto Superior das Ciências de Educação (ISCED) depois de tantos sacrifícios. Bem-haja o governo local.

 

Vale lembrar aqui que só mesmo em finais da década de 60 o ensino começou a massificar-se entre os filhos autóctones. A igreja Católica, lembre-se, jogou também  um grande papel. Aproveitamos ao falar da Igreja Católica parabenizar o Frei Lucas Monteiro, filho da Cela, que celebrou 25 anos (bodas de prata) de vida consagrada e entrega à causa do Evangelho.

 

Cela, apesar de ter, ainda, muitas crianças fora do sistema de ensino e com muito poucas infra-estruturas escolares e hospitalares deve orgulhar-se por vir a ser um município universitário. Queremos acreditar que a falta de água na cidade e de energia eléctrica quer domestica com pública para todos os citadinos seja, com isso, uma realidade. Huambo, Sumbe ou Luanda eram as soluções e com muitos custos para ingressar no ensino universitário.

 

Finalmente, fica o apelo para que haja um Instituto Médio Politécnico que muito precisa a juventude deste município. Outro recado vai para os homens da cultura no sentido de porem fim às makas sobre a designação língua para toda a província e ficar para depois os estudos linguísticos para eventual produção de uma gramática e dicionários. Aliás, um especialista, Filho da Kipala kia Samba está apenas a espera da designação da língua para lançar o dicionário que com muitos sacrifícios produziu.

 

Deve, ainda, o governo local preocupar-se com a designação da província segundo os valores ou paradigmas sócio-culturais da terra. Deverá, também, o governo local explicar por que razão uma vez que o Instituto Médio de Agronomia está baseado no Waku-Kungu entendeu instalar, para o nosso espanto, o Instituto Superior de Agronomia no Sumbe quando esperávamos para esta última cidade um Instituto de Pescas.