Luanda - Um  aspecto que tem marcado  as  detenções, em Luanda,  tem a ver com a constante movimentação de esquadra em esquadra, dificultando a localização quer por parte de  familiares como dos advogados.


Fonte: VOA

 BD teme que regime faça desaparecer detidos

Segundo conseguimos apurar, a  polícia terá decidido concentrar os detidos na Direcção Provincial de Luanda da Investigação Criminal, depois de terem transitado por várias outras unidades.

 

Ermelinda de Freitas, 60 anos é um desses exemplos. Esteve na ilha de Luanda. Foi transferida para a Esquadra do Bairro Operário, antes de ir parar a DIPC onde se encontra agora.

 

Nelson Pestana, do Bloco Democrático, teme que estas movimentações e constantes transferências, tenham por consequência, o desaparecimento de pessoas.

 

Segundo especialistas legais, a concentração na Direcção Provincial de Investigação Criminal visa dar início aquilo que é designado a audição individualizada, potenciadora do risco de auto-incriminação, sobretudo se decorrer sem a presença dos advogados, como tem vindo a acontecer até agora.


"Pensamos que poderão fazer um interrogatório de auto-incriminação, ou seja, na ausência dos advogados vão interrogar os jovens para ver se fazem uma confissão que possa servir de base para o auto de notícia que quererão encaminhar para o tribunal", disse o advogado David Mendes, da organização Mãos Livres que assumiu a defesa dos manifestantes.


Até ao fim da tarde de segunda-feira, ainda não havia acusação formal e decorriam diligências para a recolha de mais provas para sustentar a futura acusação.

 

Manifestantes de Luanda com julgamento sumário marcado para terça-feira

 

O segundo comandande da Polícia Nacional, comissário-chefe Paulo de Almeida, disse que o julgamento sumário ficou marcado para terça-feira, no tribunal de polícia de Luanda.

 

Segundo ele, há 21 pessoas a aguardar julgamento, sendo que seis foram libertados. Pedro Sozinho Neves mais 5 elementos não identificados, voltaram a ver o sol ao princípio da tarde de segunda-feira. Depois de ouvidos foram postos em liberdade a partir da 2ª Esquadra, nas imediações do Bairro Operário.

 

Conta Gaspar Luamba Monteiro e um outro elemento cujo nome não identificou, trajando t-shirt com símbolos da UNITA têm sido alvo de torturas na cadeia. Conjuntamente, quatro outros permanecem detidos nesta unidade.