Luanda – O comandante interino da Divisão da Polícia da Ingombota, superintendente Orlando Paulo Jorge Bernardo, é citado em meios competentes como tendo perdido autoridade num episodio envolvendo trabalhadores do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE).
Fonte: Club-k.net
Intimidado pelo SINSE
Orlando Bernardo é a entidade policial a quem as autoridades orientaram acompanhar “in loco”, e a prestar proteção as entidades judiciais e cidadãos autorizados que acompanham o desfecho do processo dos jovens manifestantes que observam julgamento no tribunal da Maianga.
Durante a hora de intervalo do julgamento, na sexta feira (09), duas testemunhas-chafe, neste caso o jornalista Coque Mukuta e a universitária Diana Pereira deram-lhe a conhecer que teriam sido intimidados por um elemento que tentou raptar a jovem e que agrediu o jornalista por ir em defesa da jovem estudante. O comandante da Polícia da Ingombota pediu que apresentassem queixa-crime depois do processo judicial em vigor, terminar.
Minutos depois, o profissional da comunicação social e a universitária queixaram-se ao juiz que estavam a ser intimidados por elementos trajados a civil naquele recinto, tendo o Procurador solicitado o comandante Orlando Bernardo para identificar a pessoa que estava ameaçar. Os dois queixosos mostraram o agressor, ao comandante mas este ficou impune sem poder reagir quando viu que se tratava de um elemento que se fazia transportar de um radio Motorola e outras particularidades associadas a Segurança de Estado.
Mais tarde o comandante da policia foi chamado a intervir, num outro caso de incomodo, para retirar da sala um senhor visto que não era permitido a presença de estranhos na sala de audiências. O senhor respondeu que estava como pessoa “neutra” a assistir o julgamento. O mesmo seria mais tarde rendido por uma “colega”, conforme foi sendo verificado nos dois dias de audiência. O comandante da polícia Orlando Bernardo mesmo ao ser chamado pelas autoridades judiciais para convidar aquelas “pessoas estranhas” a se retirarem da sala viu-se inabilitado.
A perca de autoridade que os responsáveis da polícia mostram-se perante aos oficias da segurança de Estado é vista como reflexo de outros antecedentes. Recentemente, uma publicação privada escreveu que agentes da polícia junto a DPIC queixaram-se de serem ultrapassados em certos processos de investigação. O caso mais mediático foi o papel do chefe do SINSE para área do crime organizado, Miguel Muhongo em ter tomado controle do caso que envolveu o então comandante da policia de Luanda, Joaquim Ribeiro. O Comandante-Geral da policia, Ambrósio de Lemos viu-se igualmente ultrapassado quando o Chefe do SINSE, Sebastião Martins nas vestes de Ministro do Interior, suspendeu “Quim” Ribeiro, sem o terem dado a conhecer.
É por estes antecendes que levam o superintendente Orlando Paulo Jorge Bernardo a ficar desautorizado pelos homens do SINSE que tomaram controle das instalações do tribunal da Ingombota, em torno do processo contra os jovens manifestantes. A presença dos mesmo da azo de que o processo esteja a ser alvo de politização do regime.