Lisboa - O juiz Simão Bento que dirige a sessão do julgamento dos 21 manifestantes do dia “3 de Setembro” recusou, antes do intervalo das 13h, esta segunda feira, que a defesa, apresentasse as imagens de um vídeo inédito que denuncia a violência da Polícia Nacional contra os jovens.
Fonte: Club-k.net
Simão Bento pressionado a condenar com multa
O vídeo trás imagens de elementos da polícia nacional a paisana, e Serviços de Segurança, a agredirem os jovens e momentos depois, há imagens dos mesmos agressores, em conversa com a policia o que denuncia a cumplicidade de ambos das duas forças.
A recusa do Juiz em aceitar ver os vídeos como prova deve-se ao facto de a policia ter dito que nenhum deles ou outras forças conotadas aos serviços de segurança estivessem, naquela momento, a agir, em colaboração com os mesmos.
De recordar que este é o terceiro dia do julgamento dos manifestantes. O juiz Simão Bento é apontado como estando num quadro de pressão, a jogar pelas evidencias a saber:
- Há na sala da audiência duas figuras do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado
- No segundo dia, as autoridades trocaram, o Procurador que o acompanhava, sem terem informado previamente.
- Na, sexta-feira, terminou a sessão logo após ter recebido um telefonema cujo remitente se desconhece.
A maior pressão em torno do juiz Simão Bento, esta na decisão do regime, em orientá-lo, a aplicar uma multa aos rapazes. Em caso de insucesso (inocentar os jovens), as autoridades receiam que a população se aperceba que o governo foi desonesto em dizer que foram os manifestantes a agredir os policias.
De lembrar que, ao longo do julgamento de sexta feira, os policias entraram em contradição, ao reiterarem o discurso de que foram agredidos pelos jovens. Um dos policia teria mesmo apontado um dos jovens Gaspar Luemba, como agressor. Porem foi desmentido visto que Luemba, não o podia ter agredido, visto que estava caído e desmaiado no momento em que se refere. Outra contradição foi não terem sabido responder como tinha a certeza de que as 14 pedras que levaram ao tribunal correspondia a mesmo que eles alegam que os jovens é quem atiraram. A contradição que mais marcou a audiência foi o caso da senhora de Ermelinda Freitas. A defesa questionou se alguém acreditaria que a senhora de 60 anos teria capacidade para jogar pedras aos policias.
A contradição que se verifica nos agentes da policia que participam como queixosos, é vista como resultado da falta de preparação sobre as versões que iriam relatar em tribunal. Um dos mesmos, em fase de saturação, chegou a dizer que era de opinião que se deixasse os jovens irem para as suas casas, ao invés de estarem naquele cenário que não viam benefícios.
Após serem aplicados, as multas, o governo tenciona julgar amanha o líder da JURA, Mfuka Muzenba no sentido de conotar a UNITA, as manifestações.