Numa sociedade democrática é intolerável que um partido político se arrogue o direito de interferir na linha editorial de um órgão de Informação. Não é democrata nem sequer está próximo do espírito democrático quem intimida jornais e jornalistas. Muito menos é parte do jogo democrático, um partido que faz ameaças veladas contra os órgãos do sector público da Comunicação Social, que acena com mudanças e extinções, “se for Governo”. O “Jornal de Angola” considera estas posições apenas uma infelicidade. Mas é bom que os partidos compreendam que o “Jornal de Angola” não é um partido, não faz campanha eleitoral, não tem direito de voto. Nós produzimos informação. Nós informamos. Os partidos concorrentes às eleições, que façam política e que ganhem os melhores que serão, seguramente, os que melhor souberem fazer chegar ao eleitorado as suas propostas políticas, sem hostilizar a imprensa.

O “Jornal de Angola” não tem que se justificar pelos textos que publica. Mas por respeito aos nossos leitores, deixamos elementos de informação que respondem às angústias dos partidos. Numa semana, o MPLA realizou quase 90% mais acções de campanha do que a UNITA. Na mesma semana, o MPLA realizou quase mais 98% de acções de campanha do que o PRS. Para os leitores compreenderem a diferença abissal entre essas campanhas, basta acrescentar que para a UNITA e o PRS contamos deslocações de meia dúzia de militantes a mercados e locais de grande aglomeração de cidadãos, numa chamada “campanha porta a porta”.

Se tivéssemos optado por fazer apenas a cobertura de comícios e conferências, UNITA e PRS desapareceriam das nossas páginas. Ontem, por exemplo, o MPLA fez dez grandes comícios em todo o país. UNITA e PRS fizeram zero. Nós temos sido imparciais, porque fazemos tudo para darmos diariamente notícias de todos os partidos. Não podemos deixar de dar notícias dos que fazem, apenas porque os outros não fazem.

Fonte: Jornal de Angola