Luanda - O finado músico e compositor André Mingas acreditava que Angola, pela natureza do seu povo, sairia da situação de subdesenvolvimento e desigualdade social mais depressa do que as outras nações africanas, segundo uma mensagem lida hoje, segunda-feira, no seu enterro, no cemitério de Santa Ana, em Luanda.


Fonte: Angop


De acordo com a mensagem de condolência dos Serviços de Apoio da Casa Civil da Presidência da República, André Mingas sonhava tornar o país mais belo e mais humano.



"Ele queria traduzi-los (os sonhos) em projectos em prol do desenvolvimento do país e do bem-estar dos angolanos". frisou.



Acreditam que se alguns dos seus projectos e ideias forem um dia concretizados tornar-se "ex-libris" da capital, tendo em conta a qualidade e a criação estética dos mesmos.



Sublinham que André Mingas foi dos que mais se empenhou em precisar o conceito de novas centralidades e acreditam que a sua obra, apesar de ainda pouco conhecida, vai eternizá-lo.



Consideram-no também "homem discreto e bom", sempre com sorriso nos lábios. Era de um optimismo e de uma força impressionante e tinha fé no futuro do país.



Referem que a sua morte os privou, prematuramente, da sua energia e saber, deixando um vazio difícil de preencher.



"André Mingas inscreveu-se com mérito próprio na linhagem dos grandes músicos angolanos e teve uma carreira musical intensa e brilhante, com canções que se tornaram em verdadeiros clássicos dos nossos dias", escrevem.



"Ele foi também arquitecto do cancioneiro nacional, muito preocupado com a qualidade e estética, com o rigor e com a formação da arte da música desde cedo nas crianças", segundo a mensagem.



O apontam também como "um arquitecto muito comprometido com a ética e a deontologia profissionais, mas também corajoso e arrojado nas soluções que encontrava para os problemas da urbanização".



Já a Ordem dos Arquitectos, na sua mensagem, valoriza a "veia" artística, cultural e académica do finado.



Referiu-se ainda a afirmação social e política do finado que, por empenho, tornou-se "num verdadeiro quadro superior dotado de grande capacidade técnica".



Os colegas afirmam que André Mingas alcançou o mais sublime momento da convivência com as artes, com a arquitectura, que lhe logrou atingir níveis soberbos de invenção académica, em ambientes universitários de muita inteligência e rigor.




"Deixou cidades feitas. Ajudou, positivamente, a resolver problemas que pareciam conflitos. Luanda está a ficar com uma marca da sua mão, a marginal", lê-se na mensagem da Ordem dos Arquitectos.