Luanda – Coincidência ou não, Dezembro continua a ser o mês que mais chama atenção ao apelidado – nos bastidores – “amigos dos Jornalistas”. Finalmente, o superintendente  Divaldo Júlio Martins, foi – por mérito próprio –, na manhã desta sexta-feira (23/12), em Luanda, empossado pelo comandante geral da polícia nacional, Ambrósio de Lemos, para o cargo de 2º Comandante provincial da Polícia Nacional da Lunda Sul e graduado a superintendente-chefe.


Fonte: Club-k.net

Além do superintendente-chefe Divaldo Martins, o comandante-geral da Polícia Nacional conferiu posse aos oficiais da corporação recém-nomeados nomeadamente, os superintendentes-chefe, Rogério Cuangana Mujinga, para o cargo de chefe adjunto da secretaria-geral da Polícia Nacional, Francisco Airosa de Oliveira, segundo-comandante provincial da Polícia Nacional do Kwanza Norte, Domingos Armando da Costa Fernandes, segundo-comandante da Brigada Especial de Trânsito, Júlio Vunge, chefe do Estado Maior do Comando Nacional da Polícia Fiscal.


A técnica civil Encarnação Botelho de Vasconcelos ao cargo de chefe adjunto do departamento nacional de Serviços Sociais da Polícia Nacional, cargos pelos quais foram nomeados por despacho nº 470 do Gabinete do Comandante Geral /2011, de 06 de Outubro.
 

De igual modo, por despacho do ministro do Interior, Sebastião Martins, foram graduados no salão do Comando Geral da Polícia Nacional aos postos de superintendente-chefe os superintendentes Caetano Manuel da Conceição Kiari, António Manuel do Rosário Mendes da Silva, António Manuel Abrantes Júnior e Divaldo Júlio Martins. Procedeu-se ainda a graduação ao posto de superintendente o intendente José Dielo.


Ao intervir durante a cerimónia, o comandante-geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, disse que este acto visa a valorização dos quadros, de maneira que estes possam melhor servir em função das suas aptidões, capacidades profissionais e valorização académica, que tem sido apanágio da Polícia Nacional. A cerimónia de empossamento contou com a presença do segundo-comandante da Polícia Nacional, comissário-chefe Paulo de Almeida e de membros Conselho Consultivo do Comando Geral.


OS DEZEMBROS DO KOTA “DINHO”


Nem todos os meses de Dezembro foram de festas para este jovem quadro da Polícia angolana. Ora vejamos: No dia 08 de Dezembro de 2007, por volta das 22 horas, o então Porta-Voz da PN, Divaldo Martins, na altura intendente, foi vítima de um assalto à mão armada, e ameaçado de morte, protagonizado por um grupo de marginal, composto por cinco elementos, no bairro do São Paulo, em Luanda.


O referido assalto resultou na perda de um telemóvel, um relógio e um valor monetário não quantificado. Na véspera, Divaldo Martins assegurou a imprensa que se tratava de um acção não dirigida, mas algo de que qualquer pessoa seria vítima. Mas a verdade é uma, pois até a presente data, estes marginais jamais foram identificados.


Em Setembro de 2009, Divaldo Martins é mandado para casa – sem qualquer justificação plausível – e proibido de pôr os pés no Comando Geral da Polícia Nacional e no ministério do Interior, à espera de novas "ordens superiores" para a sua (re)colocação.


Na altura, a maior parte dos jornalistas, com maior realce da imprensa privada, publicaram matérias em solidariedade com o mesmo. “Divaldo Martins esta a ser vítima de uma das maiores humilhações que se pode submeter um homem, sobretudo jovem quadro que ainda tem muito para dar: a de receber um ordenado sem que, ao menos, o deixem ‘suar a camisa’ para justificar o que (ainda) aufere”, opinava na época, o jornalista Jorge Eurico, num dos seus artigos espantados no portal Noticias Lusófonas.


“Tal processo de humilhação dever-se-á à sua atitude involuntária, mas consciente e corajosa de romper com o (mau) padrão de ser e de estar que há mais de 30 anos reina no seio da Policia Nacional. O antigo jornalista da Angop foi calado por ter ousado, enquanto porta-voz da Policia Nacional, dar uma imagem de transparência à instituição”, assim justificava o famigerado jornalista.


No mês a seguir, isto é em Outubro, Dinho como é tratado pelos os mais próximos, publicou, no espaço Chá de Caxinde, em Luanda, a sua primeira obra literária intitulada “Pedaço de Vida”, de genero romance.


Já em Dezembro do mesmo, este portal noticiou que o mesmo seria transferido para província da Lunda Sul para exercer funções do 2º comandante provincial da polícia. Num despacho deliberado pelo o próprio comando geral da polícia nacional. Por motivos acadêmicos o mesmo recusou-se a mudar. 


Meses mais tarde, já quase no final do ano 2010, o superintendente Divaldo Martins muda-se para Lunda Sul para ostentar o cargo do director da Ordem Pública do Comando Provincial da Polícia Nacional na Lunda Sul.


A transferência de Divaldo Martins  para as "lundas" era vista por “insiders” como promoção destinada a afastá-lo do corpo da polícia em Luanda, mas, sobretudo carregada de receios face a antecedentes de envio de quadros superiores que acabariam por regressar a Luanda em situação de vítima de emboscadas do regime.


QUEM É DIVALDO MARTINS:


Estudou jornalismo no IMEL valendo-lhe a entrada na agência de notícias Angop onde trabalhou como jornalista. Licenciou-se em Ciências Policiais, É licenciado em Ciências Politicas, pelo Instituto Superior de Ciência Polícias de Segurança Interna, de Portugal, juntamente com outros jovens polícias (Jorge Bengue, Luto, Roque, Dunga e Diogo). 
Mais tarde  quando regressou  a Luanda passou também a estudar direito pela Universidade Católica.


No quadro do  rejuvenescimento da polícia foi empossado para cargo de Porta Voz da Polícia Nacional, ao qual se notabilizou. Construiu redes de amizades e pela sua afabilidade, os jornais em Luanda congratulavam-se com o mesmo por se ter mostrado sempre disponível aos jornalistas sempre que solicitassem parecer daquela instituição. Ganhou carisma e acabou por ser injustamente afastado.


O mesmo chega a ter grau de parentesco com Fernando da Piedade dias dos Santos “Nando”, por via da sua mãe que é irmã da primeira esposa daquele. A ligação em si, nunca levou com que o seu profissionalismo fosse posto em causa embora houvesse tentativas internas de fazer-se a conotação por motivos de esvaziar a sua ascensão.