Luanda - Mais um caso de violência envolvendo a polícia foi registado em Luanda. Desta vez, um agente da Polícia de Trânsito, com o número do braçal 1027, invadiu, na terça-feira passada, um autocarro da empresa de transportes público TCUL e agrediu o motorista que fazia a rota Congolenses/ Mutamba.


Fonte: NJ


Um dos motoristas que testemunhou o incidente explicou ao NJ que a agressão ocorreu às 10h30, depois de o seu colega ter parado na habitual paragem de autocarro que compreende a segunda faixa de rodagem da via junto ao Ministério das Finanças.


O interlocutor contou que a contenda começou depois de o polícia ter interpelado o motorista, alegando que o mesmo tinha cometido uma infracção. O agente ordenou ao motorista que descesse do autocarro para a devida actuação policial, facto que não aconteceu.


Em função da rejeição do condutor, explicou a fonte, o agente irrompeu pelo interior do veículo, agredindo o motorista com socos e bofetadas.


Por fim, arrastou-o para fora do autocarro. Uma cena que, segundo a fonte, foi presenciada por mais de 80 passageiros que se encontravam no interior do pesado de passageiros. “O nosso colega foi brutalmente espancado pelo polícia como se fosse um animal”, lamentou o também motorista.


Um dos passageiros, que também testemunhou a cena, disse à nossa reportagem que não entendeu a atitude do agente, uma vez que, no seu entender, o condutor não tinha cometido nenhuma irregularidade.


“Ele apenas parou na segunda faixa para facilitar a entrada no autocarro de um passageiro deficiente físico que estava na cadeira de rodas”, contou, visivelmente triste o cidadão,
que preferiu o anonimato.


Em face do episódio, os motoristas paralisaram o trabalho durante cerca de três horas, em solidariedade com o colega que, segundo os homens do volante, ficou detido numa esquadra dos arredores durante toda a tarde, tendo sido igualmente multado pela suposta infracção cometida.


A paralisação criou transtornos aos utentes dos autocarros da TCUL que se viram obrigados a adiar muitos dos seus compromissos. Neusa Gabriel disse à nossa reportagem que já se encontrava na paragem há mais de duas horas e que estava preocupada com a sua matrícula escolar.


Um outro cidadão, que também se apresentava, visivelmente agastado pela ausência dos autocarros era Tomás Manuel, que pretendia chegar à zona dos congoleses. “Não tenho dinheiro para o candongueiro e os autocarros estão em greve por causa do polícia. Isto está mal”, reclamou o jovem.


*Maria Campos